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Feriados prolongados devem injetar R$ 74,3 bilhões no turismo brasileiro em 2023

Calendário de 2023 trouxe nove feriados nacionais e dois estaduais no Pará

Igor Wilson

Feriado e produtividade são duas palavras que, habitualmente, andam em lados opostos. Quando um país ou Estado precisa aumentar sua eficiência, uma das primeiras medidas a surgir é sempre o corte de feriados. Do outro lado, um feriado representa prosperidade para outros setores da economia, como o Turismo. O calendário de 2023 trouxe nove feriados nacionais e dois estaduais, um deles a Adesão do Pará à Independência do Brasil, data celebrada hoje.

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Em 2023, dos nove feriados nacionais, quatro caem em segundas ou sextas-feiras e, portanto, emendam com o final de semana. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os feriados prolongados e pontos facultativos devem injetar R$ 74,3 bilhões no Turismo brasileiro este ano.

Como de praxe, o feriado desta terça-feira terminou com a famosa ‘enforcada’ da segunda, totalizando (contando sábado e domingo) quatro dias de folga, concedidas principalmente a quem trabalha no setor público, onde o ponto facultativo é mais corriqueiro. Na semana passada, já haviam sido decretados mais dois dias de ponto facultativo para os servidores, devido à realização da Cúpula Amazônica.

Se por um lado, os feriados são considerados janelas para investimento nos setores cultural e social, fomentando ações que promovam o Turismo e o Comércio local, por outro, levam a um impacto econômico que implica em perda de eficiência produtiva e de receita para outros setores importantes da economia. As entidades ligadas ao comércio apontam queda nas vendas por conta dos feriados. Pelas contas da CNC, cada feriado reduz a rentabilidade anual média do setor comercial em 1,29%. Cada feriado em dias comerciais gera um prejuízo de R$ 2,46 bilhões ao varejo.

Portanto, se um feriado é vantajoso para um estado depende muito do equilíbrio entre as vantagens e desvantagens, bem como das características específicas do estado em termos de economia, cultura, valores e objetivos políticos. Alguns estados podem optar por ter uma quantidade maior de feriados para promover o turismo e a cultura, enquanto outros podem preferir minimizar os feriados para manter uma economia mais produtiva.

No Pará, o feriado da Adesão deste ano está sendo considerado excepcional, pois parte dos turistas que vieram acompanhar os eventos políticos da semana anterior permanece por aqui.

“Qualquer feriado é muito bem vindo para o Turismo, porque implica em aumento de rendimentos. As pessoas saem mais, se alimentam na rua, vão a bares, etc. E existe a parte do interior, onde municípios balneários como Salinas, Marudá, Bragança, Santarém e outras cidades são muito procuradas e têm um aumento absurdo de renda. É claro que para outros segmentos, como comércio, tem uma dicotomia, mas é necessário um equilíbrio, todos precisam ganhar”, diz Fernando Soares, do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SHRBS).

A fala do representante da SHRBS é corroborada pelo economista Abmael Moreira, especialista em desenvolvimento regional. Para ele, nos feriados que acontecem em dias de semana e nos prolongados, o que ocorre é o deslocamento de consumo para determinados setores ou nichos da economia.

“O varejo é afetado, mas não necessariamente ele todo. Tem os shoppings abertos normalmente, outros estabelecimentos. Então, parte do varejo perde venda. E quando é prolongado, você tem o sábado, domingo e segunda-feira, você está perdendo um dia normalmente. Em contrapartida, tem a área turística que ganha muito com isso. Os bares, restaurantes, a parte de alimentos e bebidas são muito procurados nesse momento. Você perde de um lado, mas ganha de outro”, explica.

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