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Número de celulares pós-pagos dispara no Pará durante a pandemia

Tendência é que hegemonia das linhas pré-pagas no Estado se encerre em menos de três anos

Thiago Vilarins e Abílio Dantas / O Liberal
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O número de clientes de celulares pós-pagos não para de crescer no Estado do Pará. No quinto mês de 2021 (maio), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) registrou no Estado 2.291.158 usuários de linhas pós-pagas, o maior registro da série histórica, iniciado em fevereiro de 2005. O número representa uma alta de 498.159 novas linhas (+27,78%) em relação ao mês do ano anterior e 35.035 (+1,55%) na comparação com o último mês de abril.

O maior número de usuários de telefonia móvel no Pará ainda é da modalidade de cobrança pré-paga. São 5.405.675 linhas ativas (70% das atuais 7.696.833 linhas móveis do Estado). Apesar do número elevado, o serviço pré-pago está em ritmo de queda desde junho de 2015. Naquele mês, 7.911.685 dos chips no Pará eram pré-pagos, e somente 1.417.477 eram pós-pagos. Entre 2015 e 2021, os dados da Anatel apontam uma queda de 31,7% na base de linhas pré-pagas e salto de 61,6% nas pós-pagas.

Recuperação

Neste mês de maio, os celulares pré-pagos apresentaram uma ligeira recuperação. Na comparação com maio de 2020, por exemplo, enquanto aumentaram quase 500 mil linhas pós-pagas no Pará, houve um acréscimo de 260,2 mil pré-pagos (+5,05%). Já em relação a abril deste ano, foram anotados 23.759 novos acessos (0,44%). Nessa velocidade, é provável que em cerca de três anos essa proporção de linhas pós-pagas e pré-pagas se altere no Estado. 

Em todo país esse cenário já é uma realidade. O número de linhas pós-pagas superou pela primeira vez o de celulares pré-pagos em setembro do ano passado. Naquele mês, a Anatel registrou 114.732.254 celulares pós-pagos, uma vantagem de pouco mais de 1 milhão em relação às linhas pré-pagas, que chegaram a 113.567.166. O dado mais atual, de maio deste ano, aponta: 124.560.949 linhas da modalidade de cobrança pós-paga e 116.451.797 pré-pagas.

Essa alteração também era esperada desde junho de 2015, quando o acesso pré-pago no País começou a despencar. Eram 211.431.290 linhas pré-pagas, e 71.042.799 pós-pagos. Em relação ao início do levantamento da Anatel, em fevereiro de 2005, houve um aumento de 3,8 vezes no número de linhas pré-pagas no Pará (eram 1.410.863) e de  e de 9,1 vezes no de celulares pós-pagos (eram 249.898). No País, os respectivos crescimentos foram de 2,10 vezes (era 54.154.978) e de 8,6 vezes (era 13.258.052).

Fatores

Segundo a Anatel, três fatores contribuíram para a mudança. As empresas de telefonia passaram a oferecer chamadas ilimitadas para todas as operadoras, e as pessoas deixaram de ter mais de um chip de cada prestadora; a crise econômica em 2014 e 2015 fez com que muitas linhas pré-pagas fossem deixadas de lado, principalmente nas classes de baixa renda; e a necessidade de acesso à internet causou a migração para os planos controle (pós-pagos), com clientes em busca de preços melhores para os pacotes de banda larga.

Outra vantagem para o consumidor nesse tipo de pacote é o desconto comumente ofertados para aquisição de smartphones que, desde 2020, vem atingindo picos recordes de preços em virtude da disparada do dólar e das dificuldades logísticas de obtenção de insumos por parte das fabricantes. Além disso, as operadoras têm valorizado cada vez mais as chamadas ofertas-família, que tornam o preço do pós mais vantajoso quando você inclui outras pessoas como agregadas.

A agência disse ainda que em maio de 2021, havia, no Pará,  7,7 mil linhas móveis. Isso representa densidade de 85,5 celulares a cada 100 habitantes - quarta menor densidade do País, com 241 milhões de linhas e densidade de 100,1 celulares a cada 100 habitantes. Apenas Maranhão (81,98), Alagoas (84,01) e Roraima (84,83) possuem densidades menores, enquanto o Distrito Federal possui a maior: 117,88.

O município de Jacareacanga, possui a maior densidade do Pará, 286,60 celulares por 100 habitantes, seguido por Canaã dos Carajás (197,51),  Salinópolis (141,28), Parauapebas (138,98), Belém (134,62) e Santarém (125,09). Na outra ponta, as menores taxas estão em Mojuí dos Campos (4,18), Peixe-Boi (4,49) e Santa Maria das Barreiras (11,87).

Melhoria

Após fazer muitas reclamações do serviço de um plano pré-pago contratado com uma operadora, e não alcançar resultado satisfatório, a contadora Wânia Mairata, de 36 anos, decidiu cancelar a modalidade pré-paga, trocar de operadora e passar a pagar um plano controle (pós-pago). De acordo com ela, um dos motivos para a escolha, além da busca por serviços de melhor qualidade, foi a percepção de que os valores dispendidos para poder usar o celular na hora que quisesse não sofreram mudanças.

"Quando eu utilizava o plano pré-pago, eu fazia uma recarga dos créditos por semana, que variava de R$ 10 a R$ 15. Em um mês, eu gastava em torno de R$ 60. Mas os créditos acabavam muito rápido e o serviço era ruim. Agora, tenho um plano pós-pago em que pago os mesmos R$ 60, mas estou satisfeita com a qualidade da internet e faço ligações ilimitadas, logo para mim é bem melhor (o pós-pago). Antes, todo mês eu reclamava", compara.

A contadora também destaca que no quesito controle financeiro das famílias, o plano pós-pago é mais vantajoso. "Para o planejamento econômico de cada pessoa, o pós-pago é melhor, já que você sabe que terá que gastar aquele valor fixo e pode controlar melhor a parte da renda que pode ser utilizada", conclui.

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