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Novo aumento na energia elétrica força paraenses a economizarem

Especialista explica os motivos do aumento de 9% e como evitar desperdícios

Eduardo Laviano

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na última sexta-feira (6) o reajuste tarifário anual da Equatorial, empresa que distribui energia no Pará.

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Os consumidores residenciais da categoria B1 passam a pagar 8,02% a mais. Esta denominação se refere aos contratos residenciais e residencial de baixa renda.

 


 

A baixa tensão em média tem aumento de 8,68%, enquanto a alta tensão fica 10,28% mais cara. Em média, o impacto para o bolso do consumidor será de 9,01%.

Os novos preços entraram em vigor a partir de 7 de agosto de 2021 para cerca de 2,77 milhões de unidades consumidoras.

O reajuste soma-se portanto aos diversos outros aumentos e tarifas já aplicados em 2021 na energia elétrica, como o estabelecimento da bandeira vermelha 2. 

Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), desde julho de 1998 até hoje a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor é em torno de 307%. A alta no preço na energia, porém, chegou a 721% em 23 anos.

Mudança de hábito

Thamires Otero mora com a avó e o primo em uma casa e lamenta o impacto da conta de energia no renda mensal da família.

Segundo a fisioterapeuta, hábitos triviais da família estão sendo deixados de lado em nome de um orçamento sustentável.

"As pessoas estão trabalhando basicamente para pagar contas. E a conta de luz é uma das primeiras, pois simplesmente não reduz. Só aumenta, com os salários sendo os mesmos. Roupa a gente não passa mais. Ventilador a gente só usa quando está muito calor. O ar condicionado a gente nunca usa. Tudo a gente tira da tomada quando vai dormir. Também estou dividindo a conta com o meu pai. É um gasto muito alto e tem interferido nas nossas compras de supermercado. Além disso, fica difícil sobrar dinheiro para lazer com tantos reajustes", afirma ela.

Membro do Conselho de Consumidores da Equatorial Pará, Carlindo Lins, afirma que o Brasil vive um ano complicado do ponto de vista da necessidade do uso de termoelétricas, que custam mais dinheiro. Mesmo assim, ele considera que a energia custa muito caro no Pará, que possui a tarifa residencial mais alta do país.

"Temos duas grandes usinas, Belo Monte e Tucuruí, mas na composição da estrutura tarifária isso não é levado em consideração, o que incomoda muito. Rondônia também sofre com esta situação. Produzimos muito, exportamos muito para o resto do país, e não nos beneficiamos nisso. Quem se beneficia são os estados recebedores, pois o imposto da tarifa é pago lá na ponta", contesta.

Lins inclui na equação também a carga tributária no estado e as características do território paraense, que por ser muito vasto demanda manutenções caras para a concessionária de energia, o que inclui esforços logísticos como deslocamentos de barco e avião.

Dicas

Para evitar sustos na hora de abrir a fatura, Lins compartilha dicas que considera importantes. Ele conta que pequenos hábitos vão se acumulando ao longo do mês e resultam em economias significativas:

"Evitar tudo o que você aquece por meio da energia consome muito: o chuveiro elétrico, a torradeira, o secador de cabelo, a máquina de lavar. No horário em que todo mundo está retornando para a casa do trabalho, todos usam energia ao mesmo tempo, TV, luz. Por conta da demanda, o preço sobe. É o horário mais desfavorável para o consumidor", afirma.

Em nota, a Equatorial Pará lembra que o procedimento ocorre anualmente no setor elétrico brasileiro, previsto na regulamentação da Aneel. A nota destaca ainda que o reajuste para consumidores residenciais da categoria B será de 8,02%, menor que a inflação do período que foi de 8,84% ao ano.

" A agência avalia os custos da Equatorial Pará com a compra de energia, transmissão e encargos setoriais, custos estes que não são gerenciados pela distribuidora e no caso dos encargos setoriais e tributos, a Equatorial Pará funciona apenas como agente arrecadador", afirma. 

Olho no relógio

 

Você sabia que alguns horários possuem energia mais barata que outros? Isso ocorre devido a demanda e picos de energia ao longo do dia. Confira:

Horário com preço mais caro:

Das 18h30 às 21h29

Horário com preço intermediário:

Das 17h30 às 18h29
e das 21h30 às 22h29

Horário com preço mais barato:

Das 22h30 às 17h29 e em fins de semana e feriados nacionais

Economia