Neurotech: demanda por crédito no País sobe 11% em agosto, 4º mês de alta
O crescimento reflete a volta gradual às atividades para um terreno próximo da neutralidade, avalia Breno Costa, diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech
A busca por financiamento no Brasil voltou a crescer em agosto, registrando o quarto mês consecutivo de expansão. O Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mede mensalmente o número de solicitações no varejo, bancos e serviços, subiu 11% no oitavo mês de 2021 tanto na comparação com julho deste ano como com agosto de 2020. Em relação a janeiro do ano passado - mês referência pré-pandemia de covid-19 - a alta foi maior: de 41%, com expansão registrada em todos os setores. O segmento de serviços foi destaque, ao apresentar crescimento de 95%, seguido pelo varejo (87%) e bancos e financeiras (25%) nesta base de comparação.
O crescimento reflete a volta gradual às atividades para um terreno próximo da neutralidade, avalia Breno Costa, diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech. Conforme ele, a propensão ao consumo também iniciou um ciclo de recuperação, colaborando para aumento da demanda por crédito por parte dos consumidores. "Neste cenário, é possível que haja uma desaceleração da concessão de crédito na comparação mensal, mas ainda assim o crescimento anual tem se mostrado contínuo", estima.
Em agosto no confronto com julho, a demanda por financiamento no setor de serviços caiu 7%, enquanto a taxa nos outros segmentos ficou positiva em 35% (varejo) e em 7% (bancos e financeiras).
A despeito do aumento nas alíquotas do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro (IOF) para empresas e consumidores, válido a partir do último dia 20, Costa acredita que a alta não deve ter impacto negativo significativo na demanda por crédito. Em termos absolutos, explica, o efeito no valor dos empréstimos é pequeno. "Em um empréstimo de R$ 10 mil feito em 12 vezes, por exemplo, o aumento corresponde a R$ 142. Não é esse valor que fará a pessoa desistir de pedir o empréstimo", estima.
Abertura
Dentro dos segmentos, o de vestuário (-15%) e o de lojas de departamento (-14%) foram os únicos a registrar queda.
Para Costa, o recuo chama a atenção pois ocorreu em um mês marcado por uma importante data comemorativa, o Dia dos Pais. Segundo o executivo, as compras dos presentes apresentaram um valor médio "pequeno" e não tiveram impacto na demanda por crédito.
A categoria de móveis, por sua vez, registrou alta de 126% na busca por financiamento, refletindo, conforme a Neurotech, mudanças da relação do brasileiro com a casa, especialmente a partir da pandemia de covid-19. "Ao ficarem em home office por muito tempo, as pessoas passaram a investir mais em reformas e no conforto do lar, o que leva ao aumento da demanda por móveis", diz Costa.
Na comparação com janeiro de 2020 - período pré-pandêmico -, o crescimento é de 130%.