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Ministro prevê redução de orçamento para instituições de pesquisas

Em visita à capital paraense, Marcos Pontes garantiu que as unidades de pesquisa e as bolsas do CNPq não serão afetadas este ano, mas para 2020 a queda nos recursos para o setor estimada até o momento é de 15%

Vito Gemaque

O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, prevê que os orçamentos das instituições de ciência e pesquisa terão reduções em 2021. Em visita ao Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), na tarde desta terça-feira, 6, o ministro explicou que o governo federal tem estimado uma redução de aproximadamente 15% para o próximo ano e os cortes nos orçamentos nas instituições de pesquisa devem ocorrer. Essa foi a primeira visita do ministro Marcos Pontes à Belém e ao Museu Emílio Goeldi.

“Sobre o orçamento de 2019 e 2020, eu consegui preservar o orçamento das unidades de pesquisa como o Museu Goeldi e das bolsas do CNPQ, ou seja, não teve nenhuma bolsa cortada, não teve nenhum orçamento reduzido. Para esse ano a expectativa do orçamento do ano que vem é queda de 15%. No estado que já estamos fica muito difícil que eu preserve o orçamento [das instituições], já não tenho de onde prever o restante. Deve haver alguma redução, estou discutindo isso com a [pasta] Economia”, adiantou.

Em Belém, o ministro visitou o Parque Zoobotânico, no centro da cidade, e as instalações do Campus de Pesquisa do Museu Emílio Goeldi, na avenida Perimetral, bairro da Terra Firme. No campus de pesquisa, ele percorreu o setor de arqueologia, a Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna e o herbário. A agenda fez parte da programação do Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações, criado pelo decreto federal nº 10.497/2020. O dia da visita coincidiu com o aniversário de 154 anos da instituição científica do Pará. O ministro participou de uma live com a diretora do MPEG, Ana Luisa Mangabeira Albernaz, para falar sobre as atividades e ações do Museu.

Durante a coletiva de imprensa o ministro ainda explicou que sempre tenta manter os recursos em diálogo com o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes. Em 2019 e 2020, Pontes destacou que conseguiu que não houvessem cortes das bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), principal instituição de custeio de bolsas, e das instituições de pesquisa como o Museu Paraense Emílio Goeldi.

“Duas coisas que a gente se preocupa muito. Uma é orçamento e outra são as pessoas. Não se fala muito de pessoal, mas pessoal é outra preocupação que temos. Os pesquisadores vão ficando antigos, vão ficando mais velhos, vão se aposentando, e não é fácil você formar um pesquisador para ter a reposição, que pode ser por concurso público ou outros mecanismos, mas a gente precisa ter isso discutido”, afirmou.

Para solucionar o problema de recursos, Pontes criou a Secretaria de Fundos e Projetos, que tem o intuito de planejar a adaptação das instituições para se conseguir recursos para pesquisas científicas por outros meios como fundos privados, nacionais e internacionais. A ideia é que o custeio das instituições seja feito pelo Estado e as pesquisas sejam financiadas por outros meios.

“Desde 2013, o ministério tem o orçamento reduzido e você tem que buscar alternativas, por isso que nós criamos essa Secretaria de Fundos e Projetos para que as nossas unidades de pesquisa façam projetos muito bem estabelecidos e formatados, que possam ter o interesse do setor privado, ou de outros fundos e meios. Dentro da secretaria temos um número grande de projetos de fundos internacionais, nacionais, fundos patrimoniais, e outras metodologias que estamos desenvolvendo para que no final desse processo, o orçamento da União sirva mais para o custeio das unidades e os projetos sejam financiados por outras maneiras, e fontes, mas isso não acontece de um dia para o outro”.

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