CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Mesmo sem volta às aulas, material escolar tem preço alto em Belém

Segundo os especialistas, a demanda pelo material em julho será menor e segue com data indefinida

Roberta Paraense

Com a indefinição do retorno às aulas neste segundo semestre, devido à pandemia do novo coronavírus, as vendas de material escolar ainda não aqueceram em Belém. As papelarias ainda temem em fazer os pedidos para repor o estoque, e as lojas de departamento, que tradicionalmente ofertam esses produtos, ainda não os expõem nas prateleiras. Mesmo diante à baixa demanda, o material, que no início do ano teve um reajuste nos preços de até 14% na capital paraense, estão sendo comercializados com os valores de antes da pandemia.

Em anos normais, a partir da última semana de julho, na volta dos consumidores dos balneários, se intensifica a busca para complementar o material escolar. Mas, este ano, segundo os especialistas, essa demanda será menor e segue com a data indefinida. Os motivos é o pouco uso dos produtos, devido às aulas ficarem suspensas em março, e também, o pouco dinheiro na praça, devido à retração da economia. 

“Já colocamos nossos pesquisadores nas ruas, e estamos conversando com os empresários do setor sobre a comercialização do material, e até agora, não há demanda e por isso, o setor ainda não se programou para essas vendas. Há uma incerteza”, explicou Roberto Sena, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pa).

Há 20 anos fazendo a pesquisa de variação de preço desses produtos em Belém, Roberto Sena, que também é economista explica que este ano, o setor deve sofrer grandes impactos causados pela crise da covid-19. “Quando falamos em vendas de material escolar, não é apenas nas papelarias. As lojas de departamento e magazine também ofertam os produtos, e até agora, não há essa exposição nestes locais. No segundo semestre, também as compras não são massivas, como as do início do ano letivo, por exemplo, é apenas um reforço. Mochilas, lancheiras, livros, geralmente são comprados em janeiro”, observou Sena.

Reajuste

No início do ano, o material escolar nas lojas de departamento e papelarias da cidade, teve reajuste acima da inflação, estimada em 4,1 %. Segundo um levantamento do Dieese, alguns itens da lista tiveram aumento acima de 14% em relação a 2019. A entidade pesquisou o preço de 50 itens, entre os dias 30 de dezembro do ano passado e 4 de janeiro de 2020, como cadernos, lápis, canetas, borrachas, lápis de cor, massa para modelar, lancheiras, mochilas e outros.

O produto com maior reajuste foi o lápis preto nº 2 da marca Faber Castell. Uma unidade que custava R$ 0,70 em 2019, e passou a custar, em média R$ 0,80. O que representa um reajuste de 14,28%. “A pesquisa deste semestre ainda não saiu, mas o que ainda percebemos é que os preços se mantêm aos de janeiro”, ressaltou Sena.  Em seguida aparecem a Caneta BIC, que era encontrada a R$ 0,80 a unidade, em 2019, e agora custa em média R$ 0,90, com reajuste de 12,50%; e os cadernos, com aumento de até 10%.

Entre os itens que apresentaram reajuste mais próximos da inflação, está a resma de Papel Chamex, com 500 folhas, tamanho A4, que teve aumento médio de 4,90%. Passando de R$ 20,40, no ano passado, para R$ 21,40, este ano.

Marcial Souza Neves, gerente de uma loja de material escolar, localizada na travessa Padre Eutíquio, na Campina, diz que o movimento ainda é tímido. “Tradicionalmente, é na última semana de julho que a procura cresce, sendo a primeira de agosto a melhor do retorno às aulas, quando os pais já recebem os salários. Neste ano, ainda não sabemos como vai ficar, devido à indefinição da volta às aulas presenciais. Nosso estoque ainda não foi abastecido, e vamos fazer algum pedido diante a data de retorno”, comentou.

A empresária Marcela Alves, de 45 anos, tem dois filhos na escola, um de 8 anos e outro de 10. No segundo semestre, ela garante que não será necessário repor o material, já que eles, pouco usaram os itens.  “No dia 22 de março, as aulas, que iniciaram no final de janeiro, foram suspensas. Eles estão com aulas online, e pouco usaram as mochilas, cadernos, lancheiras, como nos anos anteriores. De uma certa forma, vamos economizar. O máximo que deve ser comprado, é caneta e lápis, que pedem, mas isso, apenas em agosto”, observou.  

Procon tem lista com material

O Procon Pará, vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), elaborou a lista de material escolar de 2020, divulgada no início do ano letivo.  O documento deve ser utilizado como modelo tanto para instituições de ensino públicas e particulares do Estado, quanto para pais e responsáveis.

A lista de material escolar foi elaborada com base na Lei Federal 9.870/99, que regulamenta os itens que podem ou não serem cobrados aos pais dos alunos. Produtos de limpeza, de expediente, de higiene e outros que não tem relação diretamente às atividades desenvolvidas no processo de aprendizagem, não podem constar na lista que é fornecida pela escola.   

“A Lei é bem específica, porém, ainda há estabelecimentos de ensino que por algum motivo insistem em incluir itens de uso coletivo na lista de material que é fornecida aos pais dos alunos”, declarou o diretor do Procon Pará, Nadilson Neves. 

O Procon Pará também listou produtos que podem ser pedidos desde haja limites, para alunos que são matriculados em período integral, a instituição de ensino pode incluir materiais como shampoo, sabonete, escova e creme dental na lista de material que será fornecida pela empresa. 

O órgão ainda orienta que os estabelecimentos de ensino não podem condicionar a compra de livros e/ou materiais escolares em uma loja específica, tal prática é considerada abusiva.

Caso a escola trabalhe com livros próprios ou importados, esta informação deve ser previamente passada ao consumidor. Assim como as escolas não podem determinar as marcas dos produtos permitidos em suas referidas listas de materiais escolares.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱

Palavras-chave

Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA