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Mercado de piscinas em Belém tem baixa procura com chuvas, mas expectativa é de retomada em 2025

Setor enfrenta instabilidade, mas procura por produtos e serviços ainda revela oportunidades, especialmente com a alta no mercado de reformas e manutenções.

Jéssica Nascimento

O mercado de piscinas em Belém atravessa um período de instabilidade, impulsionado pela variação do dólar, alta nos preços de matérias-primas e desafios logísticos típicos da região Norte. No entanto, a demanda por reformas e a popularidade de modelos como a piscina de fibra indicam uma possível recuperação em 2025, com o setor aguardando um novo ciclo de aquecimento.


Instabilidade no mercado: a queda nas vendas pós-pandemia

A pandemia de Covid-19 trouxe um crescimento inesperado para o setor de piscinas, com um aumento na procura por novas construções e, especialmente, pela reforma de piscinas antigas. No entanto, após o período de confinamento, as vendas começaram a apresentar sinais de queda. 

Marcada pela alta do dólar e pela elevação das taxas de juros, a instabilidade econômica afetou diretamente o mercado de piscinas, como explica um funcionário de uma loja localizada no bairro do Coqueiro, que preferiu não ser identificado. 

"A procura por piscinas diminuiu bastante. O cenário está instável, e os consumidores estão mais cautelosos. A piscina de fibra ainda é a mais procurada, mas o aumento nos preços tem influenciado na escolha", afirmou o funcionário, destacando que as piscinas de fibra são mais acessíveis em termos de custo e têm instalação mais rápida, fatores que continuam atraindo a preferência do consumidor.

Ascensão das reformas: renovando o mercado de piscinas

Apesar da queda nas vendas de novas piscinas, o mercado de reformas e manutenções vive um momento aquecido. Pedro Marcelino, diretor comercial de uma loja especializada em produtos e instalações de piscinas no bairro do Umarizal, explica que o inverno amazônico, com sua menor utilização das piscinas, também traz um aumento na demanda por serviços de construção, reforma e manutenção.

"Após a pandemia, muitos proprietários de piscinas abandonadas perceberam a importância de manter suas piscinas em boas condições, o que gerou uma demanda significativa por reparos e reformas", afirmou Marcelino. 

Entre os tipos de piscinas mais procurados, ele destaca as de vinil, que oferecem maior flexibilidade estética e são mais duráveis, além de poderem ser construídas em qualquer formato, algo que atrai clientes que buscam personalização e sofisticação. 

As piscinas de fibra continuam sendo uma opção popular, especialmente no Norte do Brasil, pelo custo-benefício, embora sua instalação dependa de cuidados com logística e acessibilidade, uma vez que são fabricadas em formas pré-definidas.

Expectativas para 2025: o que esperar do setor de piscinas?

A expectativa para 2025, apesar da instabilidade, é otimista. De acordo com as fontes consultadas, a tendência é que a demanda por piscinas se recupere, impulsionada pela crescente preocupação com o aquecimento global e o aumento das temperaturas, que têm levado a uma busca maior por produtos que proporcionem bem-estar e lazer.

Marcelino também destaca que, apesar dos desafios impostos pela alta do dólar, o mercado tem boas perspectivas para o ano de 2025. "O aumento global da temperatura tem impulsionado a demanda por piscinas no Brasil, e a previsão é de que o setor siga aquecendo nos próximos anos, especialmente com o retorno das festas e eventos pós-pandemia", comentou.

Entretanto, o setor ainda enfrenta desafios logísticos significativos. Como muitas das matérias-primas utilizadas na fabricação de piscinas são importadas, o aumento nos custos do frete, que pode chegar a até 20% do valor do produto, continua sendo uma barreira para o crescimento. Além disso, a elevada taxa de juros tem impactado diretamente o poder de compra dos consumidores.

"O mercado de piscinas, assim como outros setores, é impactado pela alta taxa de juros. O clima mais quente favorece as vendas de piscinas, mas mesmo em períodos frios a demanda permanece ativa, especialmente com a oferta de sistemas de aquecimento para as piscinas, além de ofurôs e saunas, que são mais associados a estações e regiões mais frias", detalhou Carlos Brito, técnico e consultor de vendas de uma loja de piscinas no bairro Parque Verde.

Para ele, a expectativa de vendas para 2025 é bastante positiva. A previsão é de que a onda de calor atual impulsione mais os resultados do setor. "O foco também está na experiência dos clientes, o que deve contribuir para manter o mercado aquecido e alcançar bons resultados em 2025", disse Brito.

Mercado de piscinas na capital passa por transição

O mercado de piscinas em Belém vive um momento de transição. Embora a instabilidade econômica e os desafios logísticos ainda tragam dificuldades para o setor, há uma recuperação nas reformas e um otimismo cauteloso para o futuro próximo. 

Com a perspectiva de um 2025 mais aquecido e com novas demandas, principalmente no mercado de reformas e manutenção, os profissionais do setor se preparam para um cenário de retomada.

Economia