Margem Equatorial pode gerar até R$ 10 bilhões para o Pará, aponta Fiepa
Agropecuária também avalia a possibilidade de ganhos indiretos com o projeto
O projeto de exploração de petróleo e gás natural na região da Foz da Bacia do Amazonas, na Margem Equatorial, tem o potencial de criar cerca de 52 mil empregos, injetando o equivalente a R$ 10,7 bilhões na arrecadação do estado, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Representantes do setor produtivo aguardam o avanço do projeto com expectativa e avaliam ganhos para diferentes atividades econômicas. Em movimentações recentes sobre o tema, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-PP), demonstrou interesse em tratar do projeto como prioridade, em reunião com Lula, e a Petrobras voltou a anunciar que já atendeu às exigências para a exploração.
Para a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), setores como infraestrutura, logística e atividades portuárias e marítimas serão beneficiados com o projeto, criando um ambiente favorável para novos negócios. Também especulam efeitos em serviços essenciais, em especial, para a região que compreende o projeto. “Os efeitos positivos também devem alcançar áreas como educação, saúde, pesquisa e qualificação profissional, garantindo um desenvolvimento sustentável e inclusivo. O avanço desse projeto é essencial para reduzir déficits socioeconômicos que há décadas limitam as oportunidades na região”, avalia a Federação.
O zootecnista da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) Guilherme Minssen acredita que a “manifestação do presidente do Senado está embasada em acordos anteriores”. Isso, considerando o grau de importância e o potencial de arrecadação que ele projeta com o avanço da atividade na foz. Ele prevê ganhos até mesmo para setores como a agropecuária, que não lida diretamente com a extração de petróleo, mas já se beneficia de grandes empreendimentos, devido à demanda por alimentação gerada durante a construção dos equipamentos e após o aumento do contingente de trabalhadores.
“Quando você começa a desenvolver uma coisa do tamanho desse projeto, tu precisas de muito apoio, de gente, estrutura, mas todos eles dependendo de uma coisa chamada nutrição”, afirma Minssen.
Na sua experiência, Minssen recorda a experiência da construção da usina de Belo Monte, localizada nas proximidades do município de Altamira, sudoeste paraense. Para ele, apesar de o crescimento se dar principalmente durante a implantação da estrutura, ainda se sente um impacto significativo após esse momento.
“O impacto que teve à obra de Belo Monte no agronegócio da região, de você produzir alimento, você desenvolver avicultura, suinocultura, lavouras, irrigação, tudo em volta, é uma coisa impressionante, porque mesmo quando termina a obra, e, antes você tinha milhares de pessoas para tomarem café, almoçar, jantar, mas essa infraestrutura fica”, observa o zootecnista.
VEJA MAIS
Licitação
Nesta terça-feira (4), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, declarou que a empresa atendeu às demandas impostas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para exploração de petróleo na Margem Equatorial. “Nós estamos em um processo de licenciamento com o Ibama. Entregamos toda a demanda do Ibama nos últimos dias de novembro. Estamos construindo o centro de reabilitação da fauna no Oiapoque, que deve ficar pronto agora em março”, afirma. Ela destaca que aguarda o retorno do IBAMA, que já negou a licença para exploração anteriormente.