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Margem Equatorial: Petrobras quer perfurar poço na costa do Amapá até o 1º semestre do ano que vem

Declaração foi dada pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates

O Liberal

A Petrobras cogita perfurar o 1º poço na costa do Amapá, na Margem Equatorial, até o primeiro semestre de 2024. As informações foram repassadas pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, durante o seminário “Caminhos para Transição Energética Justa no Brasil”, realizado nesta quarta-feira (11), no Rio de Janeiro (RJ) em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Prates afirmou que a expectativa em torno da perfuração do primeiro poço se baseia no processo de licenciamento em curso no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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Em maio deste ano, o pedido de licença para perfurar poço de petróleo no litoral do Amapá foi negado pelo órgão ambiental, mas a Petrobras entrou com um pedido de revisão, que segue em análise no Ibama. “Nós temos toda uma expectativa, legítima, de ainda no 1º semestre do próximo ano, ou no mais tardar ao longo do ano, ir rumo ao Amapá para perfurar a Margem Equatorial”, declarou Jean Paul Prates, negando qualquer conflito interno no governo sobre o assunto.

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O Ibama já concedeu a 1ª licença para a Margem Equatorial, para perfuração em 2 blocos da Bacia Potiguar, na costa do Rio Grande do Norte (RN). Conforme o presidente da Petrobras, houve uma inversão da ordem de prioridade, porque esse processo seria mais fácil do que o da Bacia da Foz do Amazonas.

“O Ibama verificou maior facilidade de dar a licença na Bacia Potiguar agora. Essa sonda vai subir rumo ao Amapá. Para ter essa licença nós fizemos uma avaliação pré-operacional, com a simulação de um grande vazamento. A licença foi dada e nós vamos fazer a operação com grande sucesso, sendo que este é um campo que já tem descoberta. E vamos para o Amapá em seguida”, disse.

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No início deste mês de outubro, políticos e empresários paraenses chegaram a criticar a priorização da Bacia Potiguar e afirmaram que ainda guardam grande expectativa pela liberação da licença em favor da Bacia da Foz do Amazonas, na Costa do Amapá, que beneficiaria também o Pará. “Não podemos continuar excluídos do desenvolvimento brasileiro, retardando a exploração de óleo e gás na plataforma continental dos estados do Ceará, Maranhão, Pará e Amapá”, disse, em comunicado, a Ação Pró-Amazônia, organização que reúne as Federações das Indústrias dos Estados da Amazônia Legal.

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Entenda o caso

A região conhecida como Margem Equatorial abrange cinco bacias em alto-mar, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte:

  • Foz do Amazonas, localizada nos Estados do Amapá e do Pará;
  • Pará-Maranhão, localizada no Pará e no Maranhão;
  • Barreirinhas, localizada no Maranhão;
  • Ceará, localizada no Piauí e Ceará;
  • Potiguar, localizada no Rio Grande do Norte.

Apesar de ficar na chamada Bacia da Foz do Amazonas, o primeiro poço que a Petrobras planeja perfurar na região fica a mais de 160 km do ponto mais próximo da costa do Amapá e a mais de 500 km da foz do Rio Amazonas. Além dessa distância na superfície, a perfuração está prevista para ocorrer a cerca de 2.880m de profundidade de lâmina d'água.

Conforme estudos feitos pela Petrobras, o bloco FZA-M-59, que teve a licença negada pelo Ibama, tem potencial de ter 5,6 bilhões de barris de óleo, o que pode representar um possível incremento de 37% nas reservas de petróleo brasileiras, atualmente em 14,8 bilhões de barris.

No evento desta quarta-feira, Jean Paul Prates observou que só depois das pesquisas realizadas na fase de exploração, com a eventual confirmação da existência de reservas na região, é que o Brasil irá decidir se vai produzir na região e para onde irão os royalties. 

Economia