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Inverno amazônico afeta negócio de vendedores em Belém, mas há quem ganhe com as chuvas

Chuvas intensas impactam negócios e mudam estratégias de comerciantes na capital paraense.

Jéssica Nascimento

As chuvas diárias que marcam o inverno amazônico em Belém trazem desafios para alguns trabalhadores e oportunidades para outros. Com a expectativa de que fevereiro seja chuvoso todos os dias, conforme previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vendedores ambulantes e comerciantes precisaram adaptar suas estratégias para minimizar prejuízos ou aproveitar as condições climáticas a seu favor.


Perde: Vendedores ambulantes e de lanches rápidos

Edivaldo Brito da Silva, vendedor de lanches em bicicleta, afirma que as chuvas impactam de forma negativa o negócio. 

"Vendo todos os dias. Vai fazer agora oito anos que eu trabalho com isso. Eu não tenho paradeiro. Onde tem freguês, eu vou buscando. Durante o tempo de chuva, nem saio de casa, porque não dá pra sair. Trabalho andando, buscando clientes, mas com a chuva não tem como. Quando está chovendo, perco tudo. Se saio e a chuva me pega no meio do caminho, as vendas caem em 50%. O prejuízo é grande, porque sucos e lanches estragam rápido, então eu acabo doando para quem precisa”, detalhou.

Wanderli Mendes, vendedor de suco de laranja em um carrinho de lanches no centro comercial, revela a perda da metade das vendas com as chuvas da capital.

"Trabalho há três anos com isso. No período chuvoso, a venda cai cerca de 50%, porque o calor pede mais hidratação. Com a chuva, o movimento reduz, o povo vai embora, e o faturamento despenca. Para tentar compensar, coloco outros produtos para vender, como biscoitos e itens que possam suprir a queda na venda de sucos. Mas o melhor momento para o meu negócio só chega no verão, a partir de junho”, explicou.

Ganha: Restaurantes e vendedores de alimentos quentes

Karina Alves, comerciante e cozinheira de um restaurante self-service no centro comercial, aponta maior fluxo de clientes com as chuvas da capital paraense.

"A chuva me ajuda. Quando ela começa, os clientes correm para o meu restaurante para esperar passar. Enquanto isso, já fazem um lanche ou almoçam. Isso ocorre durante todo o inverno. O meu foco é no bufê, e oferecemos pratos variados, como suíno ao molho, camarão, maniçoba, entre outros. Estamos há cinco anos no comércio, e o inverno sempre nos beneficia”, revelou.

Nelma Pacheco, vendedora de café da manhã e comidas típicas no Ver-O-Peso, também admite que as chuvas ajudam o negócio de alguma forma. 

"As chuvas não afetam meu negócio de forma negativa. Pelo contrário, eu me adapto e ofereço produtos adequados para o clima, como sopas para o frio da manhã. Meu público é fiel e atendo também os trabalhadores dos barcos que chegam cedo ao mercado. Meu foco é qualidade, e consigo manter meu faturamento sem perder clientes”, contou.

Adaptação é a chave para atravessar o inverno

O inverno amazônico é um desafio para alguns e uma oportunidade para outros. Enquanto vendedores ambulantes sofrem com a queda no movimento, comerciantes com espaços cobertos e cardápios ajustados ao clima conseguem manter ou até aumentar suas vendas. A adaptação às condições climáticas é essencial para atravessar a temporada de chuvas em Belém sem grandes prejuízos.

 

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