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Imposto zero para importação de alimentos pode demorar a refletir nos preços no Pará

Economistas paraenses avaliam que produtos podem demorar até quatro meses para ter preços reduzidos, e itens produzidos no Brasil, como açúcar e carne, podem não ter uma grande redução no custo

Paula Almeida / Especial para O Liberal e Jéssica Nascimento
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A recente decisão do Governo Federal de zerar a alíquota de importação de 11 alimentos, como carne bovina, café, massas e azeite, pode não ter um impacto imediato nos preços praticados no Pará. Especialistas e o representante do setor supermercadista apontam que o efeito da medida será gradual e pode levar meses para ser sentido pelo consumidor final.

Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), explica que produtos importados de países distantes, como o azeite de oliva europeu, podem levar tempo para refletir a isenção no valor final. "Em menos de 30 dias, dificilmente veremos alguma mudança de preço. Para produtos como massas e trigo, que vêm da Argentina, pode ser um pouco mais rápido, mas nada imediato", afirmou.

O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecom PA/AP), Nélio Bordalo Filho, reforça que o impacto será sentido ao longo de meses, podendo chegar a quatro meses para ser percebido no varejo. “Os produtos que já estão no estoque foram adquiridos com a tributação anterior. Apenas os novos carregamentos virão sem o imposto, e isso depende do tempo de reposição”, explicou.

Filho também disse que “produtos que são majoritariamente importados, como azeite de oliva e óleo de girassol, podem apresentar uma redução de preços mais rápida, já que a isenção impacta diretamente seu custo de importação". Por outro lado, ele defende que itens como carne, café e açúcar, nos quais o Brasil é um grande produtor e também exportador, podem demorar mais para refletir a redução, pois a oferta interna já é significativa e a importação representa uma parcela menor do mercado.

Valfredo Farias, economista, também defendeu a fala de Nélio Bordalo Filho. Ele afirmou que a isenção do imposto de importação pode ter efeito reduzido no Brasil por causa dos itens que já são produzidos em grande escala no país e disse que outros fatores, além desta taxação, impactam no alto preço dos produtos. “O que realmente impacta o preço desses itens são fatores como safra, demanda internacional e, principalmente, os impostos internos, como o ICMS, já que a carne, o açúcar e outros itens são amplamente fabricados no Brasil”, avaliou.

Ele ainda disse que zerar o imposto não irá fazer com que a inflação baixe tanto quanto o desejado. “Não vai ter muita diferença no processo inflacionário, até porque o que pesa, de fato, não é o imposto de importação e sim os impostos de consumo, os impostos federais e principalmente o ICMS. Então, o que deveria baixar, de fato, que ia trazer um efeito muito rápido na economia, seria baixar impostos de consumo ou de produção”, finalizou. 

Além disso, os especialistas alertaram que fatores como a variação do dólar, a demanda global e o custo do transporte podem dificultar o repasse dessa redução ao consumidor final.

No Pará, onde a distância dos grandes centros produtores já encarece os produtos, a expectativa é de que a isenção tenha um efeito lento e limitado nos preços.

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