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Governo mantém projeção de alta do PIB em 2024 em 2,5% e piora expectativa para 2025

O boletim também indicou um aumento das estimativas de inflação para 2024

Bernardo Caram/Reuters

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda manteve em 2,5% sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024 e piorou a expectativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 de 2,8% para 2,6%, mostrou boletim divulgado nesta quinta-feira (18/7)

O documento também apontou uma deterioração na visão do governo para a inflação, com a projeção para o IPCA indo a 3,9% para 2024, ante previsão de 3,7% feita em maio, enquanto o índice para 2025 foi ajustado de 3,2% para 3,3%.

Em relação à atividade, a secretaria informou que revisou para baixo a expectativa de desempenho da agropecuária em 2024, ao passo que os números de indústria e serviços foram revistos para cima. A pasta ainda disse acreditar em uma compensação dos efeitos negativos provocados pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

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“Os impactos negativos das enchentes no Estado devem ser compensados por medidas de suporte às famílias, empresas e aos governos estadual e municipais”, disse a SPE no documento.

Mesmo com a manutenção da estimativa da atividade para o ano, a projeção do governo ainda é mais otimista que a do Banco Central, que previu em junho uma alta de 2,3% no PIB de 2024. O mercado espera um crescimento ainda mais fraco, de 2,11%, segundo o mais recente boletim Focus do BC.

Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, impulsionado por uma safra recorde de grãos e forte resultado das indústrias extrativas, com destaque para petróleo e minério de ferro.

A reavaliação das projeções foi marcada por uma mudança de tom do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antes da divulgação dos números. Após ter afirmado na terça-feira que seria "provável" uma revisão para cima da projeção de crescimento, ele afirmou a jornalistas na manhã desta quinta que pediu parcimônia à SPE na reavaliação.

"Estamos recebendo informações e dados que sustentariam uma reprojeção, mas eu pedi cautela para avaliar bem se essa reprojeção deve ser feita e quando deve ser feita, mas os dados da economia estão vindo muito bem e com baixa pressão sobre os preços", disse o ministro.

As projeções da SPE balizam a programação de receitas e despesas orçamentárias do governo. O novo relatório bimestral de avaliação fiscal, a ser divulgado na segunda-feira, é aguardado com ansiedade por agentes do mercado pela expectativa de que o governo anuncie um bloqueio ou contingenciamento de verbas para respeitar o arcabouço fiscal.

Na divulgação de maio, a equipe econômica projetou que o governo central fechará 2024 com déficit primário de 14,5 bilhões de reais, ainda dentro da margem de tolerância para a meta do ano.

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