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Gastos acima da média com educação provocam alta da inflação em fevereiro

O aumento de 5,35%, considerado acima do padrão, pode ser explicado ainda pelo período de pandemia, onde as escolas perderam recursos.

Igor Wilson

No mês de fevereiro de 2024, a região metropolitana de Belém enfrentou um aumento significativo na inflação, com um índice geral de 0,69%. Este aumento, embora moderado em geral, revelou-se mais expressivo num setor específico da economia paraense: Educação.

Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontam para um destaque especial nesta área, que apresentou uma elevação de 5,35% no mês em questão. Esse aumento abrangeu desde os cursos regulares até despesas com materiais didáticos, como cadernos e livros, refletindo diretamente nos gastos das famílias com a educação dos filhos.

Mensalidade mais cara

Os reajustes nas matrículas e nos principais gastos com a educação geraram preocupações entre pais e responsáveis, principalmente no início deste ano, época de matrículas e compras de materiais para o começo do ano letivo. Os custos com ensino médio (9,51%), ensino fundamental (9,31%), pré-escola (7,56%) e ensino superior (5,53%) registraram aumentos expressivos no acumulado do ano, um cenário desafiador para muitas famílias paraenses.

“Esse ano foi demais, a mensalidade da escola dos meus filhos aumentou quase 200 reais, a lista de materiais aumentou o tamanho do que tenho que comprar, ao mesmo tempo que o preço de tudo subiu. Estamos em março e ainda não comprei tudo que a escola pediu, porque estou esperando receber outro salário pra terminar a lista”, conta Bruna Gonçalves, moradora de Ananindeua e mãe de duas crianças.

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Efeitos da Pandemia

Para entender melhor o impacto desses números, conversamos com o econômico Marcos Antônio Reis. Segundo especialista, o aumento da inflação, especialmente no setor educacional, pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo o reajuste nos custos operacionais das instituições de ensino, a variação cambial e o aumento da demanda por serviços educacionais de qualidade.

“O valor acima do projetado para a inflação não pode ser explicado apenas por um motivo. São várias causas, mas acredito que a principal seja ainda um reflexo das perdas econômicas que as escolas particulares acumularam na pandemia, quando tiveram uma queda brusca”, explica o especialista.

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Outros Setores

Em contrapartida, outros setores da economia apresentaram variações mais modestas. A comunicação, por exemplo, teve um aumento de 1,62% em fevereiro, com destaque para os serviços de streaming. Por outro lado, setores como transporte registraram uma leve queda de 0,07%, aliviando um pouco o impacto da inflação para os consumidores nesse segmento.

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