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G20 em Belém estima mais de US$ 30 bilhões para fundos climáticos

Valor é previsto para os próximos cinco anos, de acordo com o Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis do G20

Gabriel da Mota

Durante dois dias de negociação no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, no bairro do Marco, em Belém, o Grupo de Trabalho (GT) de Finanças Sustentáveis do G20 — fórum de cooperação econômica internacional formado por 19 países e atualmente presidido pelo Brasil — alcançou avanços em financiamento sustentável e transição justa para economias verdes. Um deles é a estimativa de reunir, nos próximos cinco anos, mais de US$ 30 bilhões (o equivalente a R$ 162 bilhões na conversão de hoje) por meio de quatro fundos climáticos internacionais, dos quais US$ 11 bilhões já estão garantidos.

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A chefe-adjunta do Departamento de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil, Cyntia Azevedo, pontuou que uma das prioridades estabelecidas pela presidência brasileira no G20 é sobre como incluir micro, pequenas e médias empresas na cadeia global de produção sustentável, dada a disparidade de recursos e capacidades técnicas entre elas e grandes corporações. “A gente traz experiências de outros países, o que eles estão fazendo e isso é muito importante para melhorar as nossas práticas”, informou.

Amazônia e soluções baseadas na natureza

A programação do GT de Finanças Sustentáveis do G20 em Belém foi dividida em: apresentações de 12 casos de solução sustentável ao redor do mundo na terça (9), e um debate técnico sobre recomendações do G20 para o tema nesta quarta (10). “A região amazônica tem um enorme potencial para desenvolver soluções baseadas na natureza, como a própria preservação das florestas se o manejo for feito de forma sustentável”, explicou Lívia Oliveira, coordenadora-geral da subsecretaria de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável.

“Mas não só florestas: a gente tem toda uma cadeia de bioeconomia que, dependendo da forma como é estruturada e dos tipos de projetos, também consegue ser um exemplo de instrumento de soluções baseadas na natureza”, acrescentou.

O ecoparque da Natura em Benevides, município localizado a 35 quilômetros de Belém, foi citado por Lívia como um dos exemplos locais que podem servir de modelo para iniciativas futuras. 

“Belém representa, para esse grupo especificamente, uma oportunidade de conexão entre o conhecimento local para soluções globais”, enfatizou Ivan Oliveira. O caminho até a próxima reunião do GT de Finanças Sustentáveis do G20, que será em setembro na cidade do Rio de Janeiro (RJ), inclui a finalização de um relatório das atividades realizadas ao longo do ano pelos membros do grupo.

Durante a tarde de hoje, após as discussões formais, os membros do G20 realizaram um passeio no Parque Zoobotânico Mangal das Garças, no bairro da Cidade Velha, onde houve uma apresentação do projeto de meliponicultura do Instituto Peabiru, organização da sociedade civil de interesse público que atua há 25 anos pelos direitos sociais e ambientais na Amazônia.

Reunião sobre mudanças climáticas

Amanhã (11) e na sexta-feira (12), será a vez da Força-Tarefa do G20 para Mobilização Global contra a Mudança do Clima se reunir no Hangar. A abertura do encontro será às 8h30 desta quinta, onde estarão presentes: o governador do Estado, Helder Barbalho; a secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ana Toni; os embaixadores André Corrêa do Lago (secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores) e Tatiana Rosito (coordenadora da Trilha de Finanças do G20 e secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda), além de Cyntia Azevedo, da Gerência de Relacionamento Internacional do Banco Central, que esteve no encontro do GT de Finanças Sustentáveis do G20.

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