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Festas de fim de ano geram cinco mil vagas no mercado de trabalho

Contratações servem para o empregador avaliar quem fica no negócio

Redação Integrada

Com a movimentação de final de ano foram geradas mais de cinco mil vagas temporárias de trabalho na Região Metropolitana de Belém (RMB), de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas). O número superou as expectativas do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de que seriam cerca de 4.200 trabalhadores contratados nos últimos meses do ano passado. No entanto, apenas 30% dessas vagas permanecem ocupadas no restante do ano. Ou seja, 70% dos funcionários temporários não ficam com a vaga de maneira permanente.

Segundo a psicóloga e consultora especialista em mercado de trabalho Lorena Tenório, existem algumas características que o mercado procura e as funções temporárias são uma espécie de teste para averiguar se aquele trabalhador preenche os requisitos necessários. “Todo final de ano, as lojas contratam funcionários extras porque aumenta muito a demanda no comércio, principalmente, e é preciso ter algumas características voltadas para o varejo, setor que mais contrata nesse período”, explica.

De acordo com a especialista, as empresas, normalmente, já têm um perfil de pessoas para buscar, com competências especificas do comércio, como boa comunicação e criatividade, mas algumas especificidades só podem ser observadas na rotina do trabalhador, como o poder de persuasão e a capacidade de resolver problemas. Por sso, afirma, é importante ter essas características no ambiente de trabalho. "Quem não cumpre esses requisitos e não consegue mostrar qualidade nos contratos temporários pode ficar de fora do mercado", diz.

Nesses casos, ela indica a busca por cursos e qualificações na área varejista. “Muitas pessoas jovens são contratadas temporariamente, é uma idade em que ainda estão se descobrindo. Fazer vários cursos pode ser a solução para encontrar uma vaga futuramente”, orienta. 

Critérios

Para o presidente do Sindilojas, Joy Colares, qualquer trabalhador temporário pode ser efetivado, desde que chame a atenção do recrutador. Ele disse que existem três motivos para a efetivação desses trabalhadores: “O primeiro é que chega um funcionário novo melhor que os antigos e se destaca, então há substituição por qualidade. O segundo é que o empregador verifica que uma equipe maior consegue ter desempenho melhor do que a equipe reduzida, e acaba retendo 20% daqueles que chegaram. Por último, um fator novo é que houve uma melhora econômica recentemente, então esses 20% subiram para 30% neste ano. Foi um bom número na Grande Belém, e o Pará deve ter contratado em torno de 8 mil novas pessoas”, informa.

Um exemplo é a acadêmica de Direito Ana Beatriz Lobato, de 21 anos, que conseguiu uma vaga de emprego temporário para as vendas de final de ano em uma loja de roupas femininas que fica em um shopping na capital. Com o fim do contrato, ela foi efetivada depois de bater o recorde de vendas entre as funcionárias: “Gosto muito de público e a moda é uma das minhas paixões, então deu muito certo, foi um mês muito bom e espero que consiga manter esse nível ao longo do ano”. Ainda segundo Colares, no varejo lojista existem três características principais que são observadas nos trabalhadores: empatia e interação, proatividade e técnica de venda. Os cursos são diferenciais.

Pará contratou menos aprendizes

Ao longo do ano passado, 2.901 jovens aprendizes foram contratados formalmente em Belém, de acordo com um levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a Secretaria Municipal de Economia (Secon). O número, no entanto, representa uma retração de 6,23% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram efetivadas 3.094 contratações.

Desse total, 52,9% dos jovens contratados são do sexo masculino, totalizando 1.536, e o restante, ou seja, 1.365 jovens, são do sexo feminino (47,1%). Quanto aos setores, o que mais contratou no ano passado foi o de serviços (44,8%), com 1.301 trabalhadores, seguido pelo comércio (42,4%), com um total de 1.229 jovens.

Também houve contratações na indústria de transformação (6,3%), construção civil (5,3%) e serviços de indústria e utilidade pública (1%). Essas três áreas contrataram, respectivamente, 183, 155 e 29 jovens. Em todo o Estado, o número alcançou 7.422, sendo que, em 2018, o Pará foi o Estado que mais contratou jovens aprendizes no Norte, com 8.783. A variação foi de -15,49%.

O município que mais realizou contratações na modalidade jovem aprendiz em 2019 foi Belém (40%), seguido de Ananindeua (9,3%), com 688 ao longo do ano passado; Marabá (7,5%), com 558; Castanhal (7,1%), com 528; Parauapebas (5,5%), com 409; Santarém (4,7%), com 346; Barcarena (4,2%), com 309; Altamira (3%), com 224; Paragominas (2,8%), com 210; e Benevides (1,9%), com 143.

Quanto à distribuição da região Norte, a capital que mais se destacou no ranking de 2019 foi Manaus (5.928), Belém (2.901), Porto Velho (979), Palmas (975), Boa Vista (860), Macapá (748) e Rio Branco (583). De acordo com o supervisor técnico do Dieese, economista Roberto Sena, “com o cenário de incerteza na economia brasileira, a política de aprendizagem continua sendo uma grande ferramenta de facilitação da entrada de jovens no mercado formal de trabalho”.

Jovens aprendizes contratados:

  •  Pará/2018: 8.783
  •  Pará/2019: 7.422
  •  Variação: -15,49%
  •  Belém/2018: 3.094
  •  Belém/2019: 2.901
  •  Variação: -6,23%

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