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Estiagem ameaça paralisar transporte de grãos no rio Tapajós na próxima semana

Presidente da Amport, Flavio Acatauassú, diz que Tapajós já opera com apenas 50% a capacidade de transporte

Amanda Engelke

A forte estiagem que afeta o rio Tapajós já reduziu em 50% a capacidade de transporte de grãos, e há risco de paralisação total das operações já na próxima semana, segundo Flavio Acatauassú, presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport). Ao Grupo Liberal, Acatauassú afirmou que há uma "grande probabilidade" de paralisação das operações “já no início da próxima semana”.

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Estiagem impacta logística pelo Arco Norte

O rio Tapajós liga Itaituba, no sudeste do Pará, aos portos do corredor do Amazonas, como Santarém e Barcarena, escoando a produção do Mato Grosso. O rio Madeira, por sua vez, transporta produtos do oeste do Mato Grosso e Rondônia até terminais no Amazonas, como Itacoatiara. Ambos integram o Arco Norte, um importante corredor logístico que desafoga os portos do Sul e Sudeste.

Em 2023, os portos do Arco Norte, como Barcarena e Santarém, responderam por 33,8% das exportações de soja do Brasil em 2023 e por 42,5% dos embarques totais de milho brasileiro no ano passado, segundo dados do Anuário Agrologístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A paralisação pode não afetar tanto as exportações brasileiras, já que os produtores locais já embarcaram a maior parte dos grãos esperados para 2024.

Em 2023, prejuízo da seca foi de R$ 375 milhões

Acatauassú afirmou que o prejuízo financeiro da seca em 2023 foi de R$ 375 milhões, considerando a carga não transportada e os prejuízos para as cadeias correlatas, como a não geração de empregos e impostos. Com a paralisação iminente do Tapajós e o Madeira já fora de rota, os custos devem aumentar, em decorrência do desvio das cargas para corredores do Sul e Sudeste

À Reuters, um “lobby local de comerciantes de grãos”, atribuído à Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), confirmou que a redução na capacidade de transporte de grãos pelos portos do Norte elevou os custos para os exportadores. Apesar disso, eles apontaram que as empresas já haviam se preparado para enfrentar o cenário adverso, segundo a entidade.

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