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Encomenda de roupas juninas é tradição que movimenta economia de Belém

Período pode representar 90% do faturamento anual de alguns negócios

Gabriel da Mota

Há décadas, o mês de junho, no Pará, é marcado pelas tradicionais festas juninas. Em 2024, a demanda por roupas típicas tem impulsionado significativamente o mercado de tecidos e costura. Empreendedoras do ramo em Belém relatam que este é um dos períodos mais lucrativos do ano, com um crescimento expressivo nas encomendas de uniformes para apresentações de estudantes e misses, bem como nos pedidos por customização de peças para o público em geral. 

Dilma Barros, que customiza roupas para aluguel em um ateliê no bairro do Jurunas, observa que o metro do tule bordado, que antes custava R$ 35, agora chega a R$ 90. Apesar da carestia, o retorno do investimento é seguro. “A importância financeira das festas juninas é enorme, representando quase 90% da minha renda anual”, destaca Dilma, que também trabalha com customização de roupas em outras festividades, como Carnaval e Círio.

Para misses, como a bailarina Keyla Barros (filha de Dilma), os custos das vestimentas também são elevados. Este ano, Keyla já usou quatro trajes diferentes, totalizando um gasto aproximado de R$ 10 mil (considerando materiais especiais, como penas de faisão). A participação em múltiplos concursos, desde maio, poderia custar ainda mais. “No meu caso, tenho sorte de minha mãe ser costureira, senão os custos com estilistas seriam ainda mais elevados”, comenta a bailarina, destacando o apoio familiar.

Silas Silva, vendedor de uma loja de tecidos na avenida Almirante Barroso, no bairro do Entroncamento, relata um aumento de 20% nas vendas neste mês de junho em comparação a maio. “Os tecidos mais procurados são: chitão bem florido, com estampas juninas para confecção de vestidos, camisas e saias de carimbó; e tecido quadriculado para confecção de camisas manga curta e longa, vestido e saia”, informa. Os preços por metro ficam entre R$ 10,40 (chita de poliéster) e R$ 28,60 (oxford poliéster quadriculado). Além disso, o funcionário da loja observou que a procura por tecidos juninos este ano está 15% maior do que no ano passado.

Economia