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Empresários paraenses esperam volume de vendas maior no Natal

A expectativa vai contra o cenário nacional. Enquanto no Brasil deve haver queda de 2,6%, no Pará a estimativa é de alta de 5% a 7%.

Elisa Vaz

O volume de vendas relacionadas ao Natal deve ser superior ao do ano passado no Pará – essa é a expectativa dos empresários locais, contrária à estimativa nacional da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de queda em torno de 3%, já descontada a inflação do período. No entanto, o fluxo de consumidores e o gasto médio de cada um ainda não são suficientes para alcançar o patamar de 2019, quando o país ainda não passava pela pandemia da covid-19 e a consequente crise econômica provocada por ela.

Presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belém (CDL), Álvaro Cordoval espera um crescimento de 5% a 7% nas vendas deste mês. “Não é o que desejamos, esse número deveria ser maior, mas temos sentido um aumento de fluxo de consumidores no comércio, principalmente nesta última semana. Esperamos que cresça ainda mais nos próximos dias, até porque quanto mais se aproxima o Natal maior o movimento de vendas, como em todos os anos”, comenta.

Ele acredita que cada consumidor deve gastar entre R$ 200 e R$ 300, em média, e os setores com maior movimento serão o de confecções e calçados; eletrônicos; eletrodomésticos; e de móveis e utensílios para casa. Porém, Álvaro afirma que o centro comercial de Belém tem enfrentado um problema, que dificulta a ida de clientes: as obras da empresa fornecedora de água do município. “Embora seja um avanço, o serviço está sendo feito na hora errada e tem sido um empecilho. Em pleno dezembro, quase impossibilita o movimento no comércio, os carros têm muita dificuldade de transitar por ali”, critica o representante dos lojistas da cidade.

Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), Joy Colares, ainda não tem um número que projete o comportamento dos clientes este mês, mas também tem expectativas positivas. Ele diz que deve haver um crescimento no volume de vendas este mês, em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, não será o esperado pelos profissionais do setor.

“A recuperação da renda não ocorreu como esperávamos. Vamos fazer tudo para conseguir atender o máximo possível, mas sabemos que os resultados ainda serão aquém. Ainda estamos fazendo uma estimativa, mas nesse ano não tem a contribuição do décimo terceiro salário dos aposentados no Natal porque já foi recebido, o auxílio do governo teve redução, e vários outros fatores contribuem com essa imprevisão”, diz.

De acordo com monitoramento realizado pelo Google, ao fim da primeira semana de dezembro, em todo o país, a circulação de consumidores em estabelecimentos comerciais superou a quantidade registrada no fim de fevereiro de 2020 (+1,9%), algo inédito desde o início da pandemia. Joy Colares tem notado esse crescimento localmente também. A explicação, segundo ele, é o pagamento do salário de novembro junto com a parcela do décimo terceiro aos trabalhadores, o que provocou uma ida maior ao consumo.

O presidente do Sindilojas também sustenta a ideia de que o setor que mais deve vender é o de confecções e calçados – inclusive sendo o que tem maior estoque disponível. Em seguida, ele aposta nas bijuterias e outros assessórios. “Os eletroeletrônicos não devem ser muito procurados agora, porque o dólar está alto, então os preços subiram bastante. Os brinquedos também vêm da importação e tiveram influência do dólar”, opina. O gasto médio, na opinião de Joy, será entre R$ 150 e R$ 180 por pessoa.

Supermercados movimentam vendas

Ainda segundo a pesquisa nacional, o ramo de hiper e supermercados será o destaque em movimentação financeira no período, representando 38,5% do volume total de vendas. Em seguida, devem aparecer estabelecimentos especializados na comercialização de roupas, calçados e acessórios (35,3%) e as lojas de artigos de uso pessoal e doméstico (13,2%).

Para o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, isso deve, de fato, ocorrer, porque o setor é essencial, de alimentação. Porém, o fluxo mais intenso geralmente observado no período do Natal ainda não disparou. “Estamos aguardando; normalmente é assim, começa quando a segunda parcela do décimo terceiro é pago, é quando aumenta realmente. Então achamos que a partir deste fim de semana deve ficar mais movimentado”, diz. Em relação a 2020, a entidade aguarda reajuste de 5% nas vendas.

Com produtos muito influenciados pela inflação e o aumento do dólar, a ceia natalina deve ser mais simples, com muitas substituições. Segundo Portugal, os itens importados devem ser menos vendidos, assim como os tipos mais caros de alimentos. “Sempre há quem compre, e também existem as substituições. Mas, por exemplo, o panetone, que vende muito, temos de R$ 8 a R$ 200. Esses mais caros têm vendas pequenas, e aumenta a procura pelos mais baratos. Isso vale para vários produtos, como o azeite e as frutas natalinas. Podemos dizer que a ceia vai ser mais simples, mas as pessoas não vão deixar de comprar”, adianta o profissional.

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