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Em estado de greve, categoria de trabalhadores da proteção de voos pede aumento salarial

A classe só vai paralisar as atividades se as negociações com a NAV Brasil não forem para frente. O Pará pode ser impactado.

Elisa Vaz

Trabalhadores da proteção de voos empregados pela NAV Brasil anunciaram estado de greve por meio do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo (SNTPV), que divulgou uma nota ao público na última segunda-feira (24). Em entrevista à reportagem do Grupo Liberal, o diretor Marcelo Galiza, do jurídico da entidade, afirmou que a decisão, por ora, não prevê a paralisação das atividades e a situação não causa impacto nos voos. Mas, dependendo das negociações com a empresa, é possível que o cenário mude. "Estado de greve" significa que a qualquer momento os trabalhadores podem votar em assembléia pela greve.

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Embora não saiba quantos trabalhadores da categoria existem no Pará, Marcelo diz que o sindicato opera nos aeroportos de Santarém e Marabá, por exemplo. Segundo ele, já foram realizadas mais de 27 reuniões de negociação com a empresa e até agora foi oferecido um aumento de 3,83%, sendo que as perdas salariais nos últimos sete anos chegam a pelo menos 35%, diz. As negociações ocorrem há cerca de quatro meses e devem continuar com o estado de greve.

A paralisação, de fato, só vai ocorrer caso as futuras conversas sejam infrutíferas, mas, mesmo assim, de maneira ordenada. “Não necessariamente vamos cruzar os braços e parar, vamos nos atentar ao que está previsto na lei de greve, comunicar à imprensa, à empresa, e vai ser parcial, de 1h ou 2h por dia. Não devemos causar riscos aos usuários da aviação, somos uma atividade essencial, então vai ser bem coordenado. Alguns serviços continuarão, outros provavelmente serão impactados com atrasos. E o Sindicato está conversando para não autorizar a decolagem de algumas aeronaves, isso impactaria no movimento na malha aérea”, afirma Marcelo.

Não há um percentual específico que a categoria pede à empresa, mas o diretor acredita que seria “mais prudente” que a alta fosse baseada na inflação, em torno de 8,5% desde o último acordo da categoria. “Já entregamos proposta de acordo coletivo há quatro meses e a empresa não apresentou nada”, ressalta. O SNTPV representa os controladores de tráfego aéreo, técnicos de informações aeronáuticas, meteorologistas aeronáuticos, operadores de estações de rádio, técnicos de manutenção e outros profissionais.

Além da recomposição salarial, a categoria reivindica melhorias nas condições do auxílio à saúde, adicionais que valorizem adequadamente as carreiras e reposição das perdas sofridas durante a pandemia, quando a classe não deixou de trabalhar. “A categoria seguirá firme no entendimento de que a negociação é a melhor via para solucionar esses impasses”, destaca a nota ao público.

A empresa lucrou R$ 324 milhões no exercício de 2022 e oferece somente 3,83% de reajuste. Mais do que nunca, a categoria permanece unida. Não é compreensível que profissionais com tanta responsabilidade, lidando diariamente com milhares de vidas humanas e centenas de milhões de dólares em equipamentos não tenham seu trabalho valorizado”, continua a nota.

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