Em Belém, jovens designers vão ter formação para desenvolver produtos com Indicação Geográfica
Ação é do curso de Design da Uepa em parceria com a ONU, Sebrae e Inpi
Em Belém, o projeto “Construção de Habilidades e Conhecimento em Propriedade Intelectual para Jovens Designers” busca qualificar universitários nas áreas de propriedade intelectual e desenvolvimento de produtos com Indicação Geográfica na Amazônia. A iniciativa é uma parceria do Curso de Design da Uepa em colaboração com a ONU - representada pela agência especializada Organização Mundial da Prosperidade Intelectual (Ompi) -, Sebrae Pará e Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
A publicitária e doutora em Design, Ana Paula Nazaré de Freitas, coordena o projeto pela Universidade do Estado do Pará (Uepa). Ela explica que as Indicações Geográficas (IGs) são um tipo de registro dado a produtos característicos de alguma região, como o champagne da França, o vinho do Porto da região de mesmo nome em Portugal,, etc.
"As Indicações Geográficas não são criadas, elas são reconhecidas. Nesse sentido, são produtos que têm qualidades únicas, relacionadas ao seu território, solo, clima e forma de fazer", explica.
Foco nos jovens designers
A coordenadora explica que os jovens terão formação específica para atuar em conjunto com produtores locais e verificar como podem contribuir para a melhoria dos produtos. Eles vão atuar com quatro produtos com Indicação Geográfica, três deles no Pará e um em Rondônia, que são: o queijo do Marajó, a farinha de Bragança; o cacau de Tomé-Açu e o café das Matas de Rondônia.
A intenção é prepará-los para desenvolverem marcas, identidades visuais e embalagens, entre outras soluções para impulsionar e valorizar os produtos de indicação geográfica amazônicos.
A iniciativa tem a coordenação de Ana Paula Nazaré de Freitas, como coordenadora pela Uepa, e a atuação de Isabella Pimentel, conselheira da Ompi/ONU no Brasil, e de Hulda Giesbrecht, coordenadora de Negócios de Base Tecnológica do Sebrae.
Projeto quer potencializar a originalidade dos produtos para aumentar a competitividade
“O legado além da formação e experiência dos alunos é a possibilidade de alavancar os produtos por meio de um tratamento sob a ótica do design de produtos, o que fará com que tenham embalagens apropriadas, recursos visuais adequados ao mercado e marquem suas diferenças e originalidades de origem”, pondera Ana Paula.
E acrescenta: “Muitos desses produtores agrícolas não têm acesso a grandes agências de comunicação ou profissionais que atuam com design de produto. A universidade, usando-se da sua expertise, pode proporcionar que esses produtos recebam um tratamento especializado para se posicionarem no mercado e alavancarem suas vendas e seu reconhecimento”.
Além disso, enfatiza a coordenadora da Uepa, “o design de produtos valoriza suas identidades locais, trazendo para o seu material, seja embalagem, ponto de venda ou site, um pouco do valor desses produtos que são totalmente ligados ao terroir, sou seja, ao conjunto de características geográficas, sociais e culturais que os distinguem”.
O Pará, por meio da Uepa, e com a parceria da Ompi e Sebrae, é o primeiro estado do Norte do país a deslanchar tal parceria. O projeto, até então, aconteceu somente na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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