Em Belém, gasolina é o item que mais impacta a inflação; confira
Índice de fevereiro é a maior alta para o mês desde 2001
Pressionada pela alta nos preços dos combustíveis, a inflação de fevereiro da Região Metropolitana de Belém (RMB) foi de 1,41%, bem acima do resultado de janeiro que registrou deflação de 0,03%. Esse é o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2001, quando o índice foi de 1,54%. Em fevereiro do ano passado, por exemplo, a variação foi de 0,21%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial, divulgado ontem (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com esse resultado, o IPCA acumulado no ano já soma 1,37%, enquanto no primeiro bimestre de 2020, a variação foi de 0,61%. Já em 12 meses (entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2019) a variação ficou em 5,02%, acima dos 3,46% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em todo o País, o IPCA de fevereiro variou 0,86%, 0,61 ponto percentual acima da taxa de janeiro (0,25%). Esse foi o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2016, quando o IPCA foi de 0,90%. No ano, o índice acumula alta de 1,11% e, em 12 meses, de 5,20%, acima dos 4,56% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, a variação havia sido de 0,25%.
O índice inflacionário da RMB, apurado entre de 29 janeiro a 1° de março de 2021, foi o segundo maior dentre todas as regiões pesquisadas, atrás, somente, de Fortaleza (1,48%). Na outra ponta, as taxas mais baixas foram anotadas no Rio de Janeiro (0,38%) e Belo Horizonte (0,73%). No ano, a inflação belenense é a sétima maior do ano, sendo a taxa mais alta a de Campo Grande (7,81%) e a mais baixa a de Brasília (4,45%).
Gasolina
Com alta de 10,59%, a gasolina foi, individualmente, o item que mais impactou o índice no mês na Grande Belém, com participação de cerca de 42% no resultado final (0,36 p.p.). Somente Brasília anotou alta maior do que a RMB no preço nas bombas durante o mês de fevereiro: 11,23%. Em todo o País, o custo da gasolina subiu 7,11%. "Temos tido aumentos no preço da gasolina, que são dados nas refinarias, mas uma parte deles acaba sendo repassada ao consumidor final. No início de fevereiro, por exemplo, tivemos um aumento de 8%, e depois de mais de 10%. Esses aumentos subsequentes no preço do combustível explicam essa alta", diz o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Além da gasolina, o preço do óleo diesel (5,40%) subiu 5,40% na RMB. Com isso, os combustíveis acumulam alta de 7,57% no primeiro bimestre. Em fevereiro, o grupo transportes teve alta de 3,61%.
Já a educação (5,22%) teve a maior variação entre os grupos da Grande Belém. O maior impacto do grupo veio dos cursos regulares (6,70%). “Esse foi o segundo maior impacto dentro do índice do mês. Em fevereiro, nós captamos os reajustes das mensalidades cobradas pelas instituições de ensino. E além disso, verificamos que em alguns casos houve retirada de descontos aplicados ao longo do ano passado no contexto de suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia”, explica o pesquisador.
O grupo alimentação e bebidas, que representa o principal peso no bolso dos consumidores belenenses (27,89%), variou 0,99% em fevereiro, voltando a acelerar depois perder força em janeiro e fechar com variação de 0,95%. Entre setembro e dezembro últimos os preços dos alimentos e bebidas na Grande Belém chegaram a variar de 2,26% a 2,53%. O índice também está muito acima do resultado de um ano atrás, quando registrou elevação de 0,,09%.
Alimentação
Houve aceleração na alimentação fora do domicílio, que foi de 1,07% em janeiro para 1,11% em fevereiro, principalmente por causa da variação do lanche (1,32%) na Grande Belém. Já o custo de se alimentar fora de casa, passou de 0,42% para 0,48% no mesmo período. Estão neste grupo cinco dos dez maiores vilões do bolso dos consumidores belenenses em fevereiro de 2021. Tratam-se dos aumentos dos preços da cebola (15,59%), do alface (5,89%), do brócolis (5,83%), da manteiga (5,78%) e do ovo de galinha (5,56%).
No geral, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados na RMB apresentaram elevação de preços no segundo mês de 2021. Além de Transportes, Educação e Alimentação, o grupo saúde e cuidados pessoais também acelerou fortemente em relação ao mês anterior, passando da alta de -0,20% em janeiro para 1,60% em fevereiro. Completam esta lista os produtos e serviços dos grupos de artigos de residência (1,89%), habitação (0,47%) e despesas pessoais (0,17%). Os demais dois grupos, no entanto, que registraram queda de preços foram: comunicação (-0,49%) e vestuário (-0,44%).