Dólar alto: é um bom momento para investir? Saiba como ganhar dinheiro no mercado
O assessor de investimentos Leonardo Cardoso explica que apostar na moeda americana agora não é indicado para quem busca um retorno rápido
Com alta de 16,56% neste ano, o dólar tem ficado cada vez mais caro em comparação com o real, cotado em R$ 5,62 na manhã desta quarta-feira (7). Embora o comportamento seja ruim para quem deseja viajar ou comprar produtos importados, pode ser uma boa oportunidade de garantir mais rentabilidade em investimentos financeiros.
O assessor do mercado Leonardo Cardoso, que atua em um escritório de investimentos em Belém, explica que apostar na moeda americana agora não é indicado para quem busca um retorno rápido, a curto prazo. “Quando o dólar está em alta, pode indicar incertezas econômicas ou políticas que estão fortalecendo a moeda americana em relação a outras moedas, como o real. Esse momento desperta a conscientização da importância de proteger o seu patrimônio em outra moeda”, afirma.
Muitas pessoas imaginam que o ideal a se fazer é comprar os investimentos quando o dólar está mais barato e vender quando a moeda se torna mais cara. Apesar de funcionar na teoria, Leonardo diz que é difícil de implementar na prática, devido à imprevisibilidade dos mercados. Esse movimento, de acordo com ele, é indicado para investidores com grande experiência e com perfil agressivo, que lidam bem com a possibilidade de grandes perdas em busca de grandes retornos. Para esse tipo de operação, se torna indispensável um vasto conhecimento em análise técnica e também uma boa capacidade financeira.
Para quem é indicado?
A aplicação em dólar, de forma mais ampla, no entanto, pode ser uma opção tanto para iniciantes quanto para investidores experientes. Porém, o assessor ressalta que é importante entender os riscos e as características desse tipo de investimento, sendo que os iniciantes devem começar com cuidado. Já investidores mais experientes podem explorar opções mais complexas, como o mercado futuro de câmbio ou derivativos.
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“Temos fatores chaves para que o investidor entenda se é o momento ideal para se dolarizar. O primeiro são os objetivos futuros. Por exemplo, o tamanho da alocação em dólar de alguém que pretende sair do país, naturalmente, será maior que uma família que prioriza proteger o seu poder de compra. Outro fator é o momento de vida, já que a dolarização é um momento de refino e acabamento na construção da nossa ‘casa’ nos investimentos. Existem prioridades anteriores ao acabamento, como uma boa fundação, que é a reserva de emergência. É importante que o investidor não pule etapas nessa construção”, pontua.
Para quem quer começar a investir em dólar, uma saída é se expor à valorização do dólar por meio de fundos de investimento em moeda estrangeira ou as chamadas ETFs (Exchange-Traded Funds) que replicam o desempenho do dólar. Isso, segundo Cardoso, possibilita ganhos sem, necessariamente, ter dólares na conta. “Para comprar dólares diretamente, existem corretoras focadas em atender brasileiros investidores no exterior. Antes de entrar nesse mercado, porém, é imprescindível considerar os impactos na sua declaração de imposto de renda, necessidade de resgate desse recurso e estratégia de alocação”.
Investimentos rentáveis agora
Além do dólar, outros investimentos que podem ser interessantes incluem as commodities, como é o caso do ouro; ações de empresas exportadoras que se beneficiam do dólar forte; ou fundos de investimento internacionais. As características importantes a se considerar, na opinião do assessor, são a liquidez, o perfil de risco e o horizonte de investimento.
“Atualmente, a diversificação entre diferentes classes de ativos pode ser uma estratégia eficaz para gerenciar riscos e buscar retornos atrativos. Uma boa opção também são as Treasury Notes, que funcionam de forma parecida com o Tesouro Direto aqui no Brasil. Entregaram uma ótima rentabilidade nos últimos seis meses, haja visto que os Estados Unidos se encontram com taxas de juros altas, fornecendo para esses investidores uma ótima rentabilidade em dólar sem correr riscos”, indica o especialista.