Desejo da área econômica é que Orçamento seja votado o quanto antes, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o desejo da equipe econômica é que o Orçamento seja votado o quanto antes para que a pasta possa avançar em outras discussões. Ele afirmou que o Congresso está fazendo a sua parte e disse ver boa vontade dos novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em relação às pautas econômicas do governo.
A previsão é de que o projeto de Orçamento seja votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta quarta-feira, 20.
O relatório do senador Ângelo Coronel (PSD-BA) já foi apresentado. "O desejo da área econômica é que vote o quanto antes. A gente precisa tocar o dia a dia. Mesmo votando, tem toda a análise feita para sancionar e tal. Quanto antes, melhor. O Congresso está fazendo a sua parte", disse Haddad a jornalistas, ao chegar à sede do PT em Brasília para participar de uma reunião da Executiva Nacional do partido.
Em relação ao Orçamento, o ministro foi questionado a respeito do programa Pé-de-Meia, mas disse que não vê riscos de descontinuidade. O programa precisa ser inserido no Orçamento e há dúvidas entre governo e parlamento sobre a forma de fazê-lo.
Haddad também foi questionado sobre a quantidade de pautas prioritárias para a equipe econômica em tramitação no Congresso. "Eu vejo muito boa vontade dos dois presidentes, tanto do presidente Davi (Alcolumbre, do Senado) como do presidente (da Câmara, Hugo) Motta, muito boa vontade. Tem projetos que são pouco polêmicos. O consignado mesmo é a extensão de um direito. Não vi nenhuma manifestação contra esse projeto. O orçamento deve ser votado, mas está redondo para ser votado. E os outros projetos também, a maioria deles, a grande maioria deles é pacífico", disse.
Ele reconhece, no entanto, que o projeto do Imposto de Renda, que amplia a isenção para R$ 5 mil, exigirá mais debates, inclusive com a sociedade. "Estamos mexendo em uma ferida histórica do Brasil, que é o fato de que os super ricos não pagam imposto. E os trabalhadores que estão em uma faixa de renda que não deveriam pagar pagam imposto na fonte. Essa é a distorção que queremos corrigir", disse.
O ministro foi questionado sobre os penduricalhos de juízes ficarem de fora da tributação. Ele disse que pediu audiência com Motta e Alcolumbre para pedir por bons relatores para o texto. Haddad disse que será com esses relatores - um da Câmara e outro do Senado - que o governo aprofundará as discussões sobre o projeto, o que também diz respeito ao tema dos penduricalhos, aprontado após a apresentação da proposta.
"Assim que as comissões estiverem constituídas, acredito que vai haver designação dos relatores. E aí posso negociar com o relator que faz a mediação entre os líderes e o governo. Sobretudo no caso da Fazenda, quando o assunto é econômico, nós temos todo o interesse em tocar. Nós demos ao público as medidas que nós consideramos que são justas de aprovar esse ano. Não é uma coisa exorbitante. Estou falando de uma dúzia de projetos muito importantes. Os outros já foram até aprovados, estão em fase de regulamentação", disse Haddad.
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