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Custo do metro quadrado cresce 18,87% no Pará em 2021

Preço médio em novembro foi de R$ 1.512,51, ocupando a terceira posição no Norte e o oitavo lugar no País, mostra IBGE

Elisa Vaz

O custo por metro quadrado na construção civil paraense teve reajuste de 18,87% este ano, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, o ​​preço médio no Estado em novembro foi de R$ 1.512,51, ocupando a terceira posição no Norte e o oitavo lugar no país, entre os mais caros. Em doze meses, de novembro de 2020 para o mesmo mês deste ano, a alta foi de 21,18%, de acordo com o órgão.

Presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon), Alex Carvalho diz que o principal motivo dos aumentos do custo da construção no Pará foi a alta nos preços do material de construção. “Os principais insumos da cadeia produtiva têm, mês após mês, sofrido reajustes de preços, e o reflexo está sendo demonstrado na variação de custo em geral, o que, para nós, é extremamente preocupante. Temos estudos apontando que, comparativamente, o volume de vendas dos imóveis da Região Metropolitana de Belém continua tendo bons resultados, mas o índice de novos lançamentos começa a cair de forma muito preocupante. Isso é explicado pela insegurança de lançar um produto agora, sem saber quais serão os custos apropriados em virtude desses aumentos constantes de material”, afirma.

Perdas de vagas

A pesquisa do IBGE mostra que, em todo o País, a parcela dos materiais apresentou variação de 1,66%, 0,39 ponto percentual acima do mês anterior (1,27%). Frente ao índice de novembro de 2020 (3,15%), no entanto, observa-se queda significativa, de 1,49 ponto percentual. No Pará, os materiais passaram de uma média de R$ 730 em novembro de 2020 para R$ 945 em novembro deste ano – alta de 29,28%. Ante outubro, a variação foi de 2,01%, saindo de R$ 927,17. Já a mão de obra passou de R$ 516,70 para R$ 566,67 em doze meses, e ficou estagnada entre outubro e novembro deste ano.

Ainda segundo Alex, a alegação de grande parte dos fornecedores de materiais é de que a pandemia foi a causadora dessa instabilidade no mercado. No entanto, isso tem prejudicado “bastante” a retomada do setor da construção. “Ainda vínhamos com números positivos de saldo de emprego, mas a tendência é de que, nos próximos meses, comecemos a ter perda de postos de trabalho de maneira bastante significativa. Então é algo bem indesejado”, avalia.

Para o futuro, o presidente do Sinduscon também não tem perspectivas positivas em relação à redução de preços na construção. Segundo ele, não há razões para o setor estar otimista; pelo contrário. Mas, ele espera que haja uma estabilidade de mercado, não só na questão de aumentos de preços, mas em relação ao desabastecimento de materiais essenciais para as obras.

Empresário discorda

Proprietário de uma loja de material de construção em Belém, localizada na rodovia Arthur Bernardes, o empresário Jorge Valente acredita que os preços não têm se elevado agora. “Se você olhar para os últimos dois anos, desde o início da pandemia, percebe que o material teve reajuste nos primeiros três meses, e de lá para cá o preço estagnou, não subiu mais. Claro, a construção, que vendeu um apartamento há três ou quatro anos contando com custo X, hoje paga mais porque o mercado subiu mesmo, então vai sentir”, diz.

O que ficou mais caro, segundo Jorge, foi o piso, a cerâmica e o cimento, principalmente. Ele adianta que nenhum dos três deve ficar mais barato nos próximos meses, porque “não há condições para isso”. “Se a indústria tem consumo aquecido, não baixa. A gente só está repassando. E não vai baixar, porque, no caso desses: o piso vai deve reduzir porque o gás natural, que utilizam para queimar a cerâmica, a cada dia só aumenta; a matéria prima do cimento está mais cara com o dólar mais alto; e o tijolo não tem como reduzir porque já estava defasado e muitas empresas estavam no prejuízo e só conseguiram subir na pandemia. Acredito que agora o mercado deve ficar com preço estagnado, especialmente com as chuvas chegando em Belém”, comenta o empresário.

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