Cooperativa agroextrativista do Marajó comemora venda de 250 toneladas de açaí
A produção foi certificada e realizada por 59 famílias da Resex Mapuá.
Em agosto deste ano, a cooperativa agroextrativista Resex Mapuá comercializou 252 toneladas de açaí certificado de manejo para uma fábrica do estado de São Paulo. Fundada há 7 anos, a cooperativa é formada por 59 famílias que moram às margens dos rios Aramã e Mapuá (Coama), no município de Breves, região do Marajó.
“Essa conquista é muito importante para a nossa comunidade. Pois, além de movimentar a economia local, ela qualifica a produção do fruto e, principalmente, ajuda a quebrar a mediação com o atravessador, que sempre foi um grande problema pra gente”, afirma Janari Gonçalves, presidente da Coama.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Pará é responsável por 95% da produção nacional de açaí, o que corresponde a uma ocupação de cerca de 200 mil hectares de áreas destinadas para a produção do fruto. Além disso, a conquista de novos mercados e a ascensão de consumo pelo mundo favoreceram o posicionamento do açaí para a exportação.
Por meio da parceria e das oficinas desenvolvidas pelo projeto Florestas Comunitárias do IFT, os moradores receberam orientações e capacitações sobre técnicas de cooperativismo e associativismo, cadeia de valor do açaí, segurança do trabalho e técnicas de manejo adequado na produção e armazenamento do fruto. Além de contar com o apoio financeiro do BNDES, por meio do Fundo Amazônia, o projeto apoia a implementação de modelos de manejo florestal comunitário para uso e comercialização de madeiras e açaí em Unidades de Conservação.
“Isso é um marco histórico para o território e precisa ser celebrado. Porque o primeiro grande desafio foi instituir e manter regularizada a cooperativa em si. O território precisava ter o seu empreendimento comunitário e a cooperativa nada mais é do que empresa da comunidade. Isso regulariza e fortalece a produção dessas famílias”, destaca a engenheira florestal Amanda Quaresma, consultora da empresa Caruanas, responsável pelas oficinas direcionadas para a cadeia de valor do açaí, promovidas pelo IFT.