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Consumo das famílias cresce e Norte possui cesta básica mais cara do país

O monitoramento foi feito pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras)

Abílio Dantas

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou levantamento que aponta crescimento de 2,26% do consumo no primeiro bimestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O indicador de consumo das famílias corresponde à estimativa do setor supermercadista, que prevê alta de 2,80% para 2022. O preço da cesta básica, considerado um dos motivos do aumento, chegou ao maior valor do país na região Norte; R$ 792,43, em média.

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Em comparação com fevereiro do ano passado, o crescimento do consumo nos lares foi mais expressivo, de 3,98%. Em relação a janeiro, o indicador recuou 0,90%. De acordo com a Abras, a queda pode ser explicada pelo efeito calendário, ou seja, um menor número de dias em fevereiro quando comparado ao mês anterior. Todos os indicadores foram pesquisados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O vice-presidente Institucional da Abras, Marcio Milan, destaca que este ano tem apresentado números melhores em comparação com 2021. “O cenário no primeiro bimestre do ano passado era instável. O consumidor vivia na incerteza do recebimento do auxílio emergencial, com o fim do pagamento do benefício decretado em dezembro de 2020 e a retomada somente a partir de abril de 2021. E neste ano, desde fevereiro, o pagamento benefício extraordinário – Auxílio Brasil – é certo para ao menos 18 milhões de famílias em todo o país até o final do ano. E esse dinheiro em mão traz certa segurança para o consumidor”, analisa o executivo.

Para o economista Luiz Carlos Silva, membro efetivo do Conselho Regional de Economia de Pará e Amapá (Corecon PA/PA), mesmo com o aumento do preço de itens básicos da alimentação, o crescimento do consumo das famílias decorre da recuperação da economia, devido ao avanço da vacinação. “Mas os números ainda estão abaixo dos verificados antes da pandemia, além do que o período apurado se deu antes do último aumento do preço dos combustíveis”, demarca.

“O fato da região Norte ser bastante dependente da importação de alimentos gera esse crescimento no valor da cesta básica, o que é agravado pelas distâncias dos centros produtores e os constantes aumentos dos combustíveis que impactam diretamente no preço dos fretes. Acredito que a tendência é que o preço dos alimentos continuem nessa aspirar de crescimento, fato agravado pelo conflito Rússia x Ucrânia”, conclui.

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