Congresso da Exposibram 2023 encerra com propostas para o setor mineral

Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), disse, com exclusividade ao Grupo Liberal, que é preciso alinhar meio ambiente e sociedade dentro das análises que envolvem a mineração

Camila Azevedo
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Aliar tecnologia a desenvolvimento na mineração, segurança dos processos, proteção ambiental e diversidade foram os assuntos debatidos ao longo de toda a 25ª edição do congresso da Exposibram, maior evento do setor, que terminou nesta quarta-feira (30). O encontro contou com a presença das principais entidades relacionadas à área, entre produtores, governo e terceiro setor, e revelou as tendências do segmento. 

O cenário atual da mineração mundial foi apresentado aos congressistas. Para o Grupo Liberal, Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), entidade que organiza o evento, destacou que é preciso trabalhar duas questões importantes dentro do desenvolvimento mineral: o meio ambiente e a sociedade. “As duas coisas caminham juntas”, pontuou. 

“Foi discutida a questão de como a tecnologia pode melhorar os processos. Foi discutida a questão da segurança das pessoas, da segurança das barragens… Falamos sobre a questão da economia circular, como produzir menos rejeitos, menos estéreos, como cuidar das águas e como você tem uma governança, respeitando as pessoas e tendo cuidado com elas. Mais do que discutir, [vamos] apresentar soluções”, acrescentou Raul.

Crise climática em foco

Outro ponto de debate realizado pelo congresso da Exposibram tratou sobre a necessidade de reduzir a emissão de carbono. “Porque isso é uma forma de superar o grande problema que nós temos hoje, que é exatamente a crise do clima, e que todos nós temos que ser responsáveis por isso, porque afinal, se nós não debelarmos a crise do clima, não vai ter futuro”, disse o presidente do IBRAM.

Nesse sentido, o aumento da participação social em todos os processos descritos por Raul é visto como essencial para driblar os desafios. “Nós precisamos ter uma ampla pluralidade de diversidade, precisamos de mais mulheres, precisamos de mais negros, precisamos contar aqui com pessoas hipossuficientes, nós precisamos de contar com aquilo que é a população brasileira. A diversidade dá mais criatividade, por isso é tão importante”, afirma Jungmann.

Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias 

As análises sobre biodiversidade, combate ao desmatamento e novos recursos sustentáveis serão intensificadas com o início da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, também nesta quarta-feira (30). Dentre as autoridades que farão parte dos debates, estão Tony Blair, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Iván Duque, ex-presidente da Colômbia, e Ban Ki-moon, 8° secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O encontro é visto por Raul Jungmann como fundamental para a luta contra a crise climática. “[Ban Ki-moon] vai abrir uma conferência sobre a Amazônia e novas economias, porque nós entendemos, como setor mineral, que ela é um bem, não só para o Brasil, mas para toda a humanidade. Por isso mesmo a gente tem uma preocupação de que a floresta seja respeitada e viva”.

“Que os povos originários sejam empoderados e respeitados, que a natureza seja preservada também e, óbvio, você tem que reduzir a pobreza, você tem que reduzir a desigualdade de renda, você tem que dar emprego, tem que dar condições de vida e, obviamente, melhor assistência, saúde, educação, segurança”, finalizou o presidente do IBRAM.

Compensação Financeira pela Exploração Mineral e governança

Um dos debates que fizeram parte do terceiro e último dia de congresso da Exposibram falou sobre o Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) e como transformar o recurso em benefícios para a população. Sérgio Andrade, diretor-executivo da Agenda Pública, foi o moderador da mesa, que teve Alexandre Mello, do IBRAM, Josemira Gadelha, prefeita de Canaã dos Carajás, no Pará, Marco Antônio Lage, prefeito de Itabira (MG) e Maria Amélia Enriquez, Diretora da Universidade Federal do Pará (UFPA) como palestrantes.

A entrega de serviço de qualidade, fazendo com que os recursos obtidos por meio da exploração mineral chegue, de fato, à população, foi um dos destaques. “O minério é finito e a gente precisa ter estratégia de governo para desenvolver uma matriz econômica e construir uma sociedade sustentável”, afirmou Josemira Gadelha. Ela ressaltou, ainda, que a principal fonte de arrecadação de Canaã dos Carajás é o minério, representando mais de 50% . 

“Desenvolvimento econômico também passa pela zona rural e investimentos no campo, no turismo, seja de negócios, de eventos, de educação e saúde… Investimentos em obras estruturantes, infraestrutura e trafegabilidade para melhorar o escoamento da produção rural”, finalizou Josemira.

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