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Comerciantes tentam evitar passar todo o aumento do pescado aos clientes

Apesar de decreto do governador para limitar exportação, pescado continua caro em Belém

Redação Integrada de O Liberal

Com alta do pescado de 14,78% no primeiro trimestre do ano, muitos comerciantes ficam entre repassar ou não integralmente o custo que tiveram a mais ao adquirir o produto.

Segundo a comerciante Nazaré Ribeiro, que trabalha na Feira da 25, em Belém, os preços continuam praticamente os mesmos. O único que teve aumento, de acordo com ela, foi o filhote, que custava R$ 25 e passa a custar R$ 30 com o reajuste. As outras espécies continuam com mesmo valor: a pescada amarela é vendida por R$ 25, a dourada, por R$ 18, e o tambaqui, a pescada branca e a pratiqueira, por R$15.

No caso de Pedro Henrique Silva, vendedor no Mercado de Peixe, no complexo Ver-o-Peso, os preços são variados. O tambaqui, por exemplo, custa R$ 12, mas o filhote fica entre R$ 25 e R$ 30, dependendo do tamanho. Nenhum dos dois locais repassou aumentos aos clientes.

Mesmo com o preço do pescado mais alto na capital paraense, os consumidores ainda não notaram. Dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostraram que a média de reajuste nas principais espécies pesquisadas foi de 14,78% no primeiro trimestre do ano.

O estudo sai ao mesmo tempo em que o decreto baixado pelo governador do Estado, Helder Barbalho, no último mês, que garantiria a redução de preços entre os dias 12 e 19 de abril, período da Semana Santa ao limitar a exportação do pescado. Inicialmente, a decisão abrangia do dia 1º ao 19º do mês, mas foi modificada.

O casal Francirene e Jarbas Barbosa, de 70 e 74 anos, respectivamente, só compram pescado no Ver-o-Peso, que, segundo eles, tem os preços mais baixos. "Sempre compramos aqui, porque acho mais confiável e barato. Mesmo assim está mais caro que o normal, mas ainda dá para comprar porque varia muito. Tem as peças mais baratas e as mais caras", explicou Francirene. Prevendo os possíveis aumentos até a Semana Santa, o casal se adiantou e comprou cinco quilos de dourada, a R$ 15 cada.

A pesquisa do Dieese também mostra quais espécies ficaram mais baratas. No mês de março, as maiores quedas nos preços de pescado foram:

  • Pirapema (-38,44%)
  • Peixe pedra (-22,37%)
  • Uritinga (-9,43%)
  • Arraia (-9,33%)
  • Piramutaba (-6,74%)
  • Pacu (-5,12%)
  • Pratiqueira (-2,91%)
  • Curimatã (-2,21%)
  • Mapará (-1,83%).
  • Entre janeiro e março, os reajustes para baixo foram os seguintes:
  • Traíra (-20%)
  • Tambaqui (-5,32%)
  • Pirapema (-4,17%)
  • Uritinga (-3%)
  • Piramutaba (-1,96%)

O decreto assinado pelo governador e publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) tinha como justificativa garantir o abastecimento do pescado no Pará durante a Semana Santa, que começa a partir do dia 14. Assim, além da farta oferta do produto no mercado paraense, o pescado também deveria ter preço equilibrado.

Durante o período, fica suspensa a emissão de documentos necessários para movimentação de toda e qualquer espécie de pescado para fora do Estado do Pará, exceto pescado congelado e com selo de aprovação do Serviço de Inspeção Federal (SIF), expedido em favor de indústrias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

No mês de março, de acordo com a pesquisa do Dieese, realizada em conjunto com a Secretaria Municipal de Belém (Secon), as maiores altas foram:

Já no acumulado do ano, entre janeiro e março, os reajustes foram maiores, sendo o mais significativo o da espécie cachorro de padre (66,57%). Subiram também:

  • Camurim (11,72%)
  • Cação (11,60%)
  • Tamuatã (8,79%)
  • Surubim (8,25%)
  • Corvina (6,51%)
  • Pescada gó (5,39%)
  • Gurijuba (4,43%)
  • Sarda (4,36%)
  • Pescada amarela (3,30%)
  • Traíra (3,23%)
  • Tainha (2,85%)
  • Filhote (2,80%)
  • Aracu (2,26%)
  • Tambaqui (2,17%)
  • Bagre (2,06%)
  • Xaréu (1,99%)
  • Pescada branca (0,86%)
  • Camurim (61,65%)
  • Pacu (51,20%)
  • Aracu (48,86%)
  • Sarda (39,93%)
  • Cação (28,40%)
  • Arraia (22,34%)
  • Curimatã (20,40%)
  • Pescada gó (18,65%)
  • Pescada amarela (16,90%)
  • Gurijuba (16,82%)
  • Pescada branca (14,61%)
  • Bagre (14,18%)
  • Dourada (12,95%)
  • Surubim (11,46%)
  • Filhote (11,09%)
  • Peixe pedra (6,23%)
  • Corvina (6,17%)
  • Tainha (5,70%)
  • Xaréu (2,88%)
  • Pratiqueira (1,66%)

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