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Com aumento do dólar, pães e derivados do trigo podem ficar mais caros em Belém

Nesta semana, moeda americana atingiu o maior nível desde julho de 2022

Emilly Melo
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O dólar segue fechando em alta frente a moeda brasileira, conforme registrado nos últimos dias. Até a manhã desta sexta-feira (21), a moeda americana bateu o nível dos R$ 5,44, o que demonstra uma valorização de mais de 10% em relação ao real somente neste ano. Estas variações devem pressionar a inflação brasileira, sendo puxada, sobretudo, pelos segmentos de alimentação e produtos importados. Itens de tecnologia, saúde, e produtos que dependem de matéria-prima internacional podem registrar um aumento nos próximos meses, além de alimentos que fazem parte da rotina alimentar, como trigo e milho, afetando especialmente os seus derivados, sobretudo o valor do pão vendido em Belém e em outras cidades do país.

“Tudo que for relacionado à questão de importação acaba sofrendo um impacto no preço final, no caso de reajuste. Isso vale também para as empresas que usam insumos de fora, consequentemente, acabam afetando no preço final”, explica a economista paraense Guaraciaba Sarmento.

Impactos no consumo

Na alimentação, que mais tem pesado no bolso dos consumidores, o valor do trigo deve sofrer novos aumentos nos próximos meses. Com o aumento do cereal, outros produtos que fazem parte da rotina alimentar dos paraenses devem ser impactados, avalia Alex Batista, diretor do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Pará (Sindipan). “A gente sabe que o aumento do trigo impacta não só o pão francês, mas toda uma gama de produtos, como massas, biscoitos e outros produtos que são derivados do trigo. É toda uma cadeia que sofre com esses impactos e que a gente não tem controle sobre eles”, detalha o representante.

“Já tenho ouvido especulações de que vai ter realmente reajuste no valor do trigo. Como sindicato, a gente vai tentar minimizar esse impacto, conversando com os moinhos para tentar ver o que a gente pode fazer em relação a esse tema, para tentar minimizar os impactos perante as padarias e principalmente ao consumidor final”, completa o diretor do Sindipan.

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A consumidora e confeiteira Milene Moraes diz que já percebeu um aumento no preço do quilo do trigo, passando de R$ 4 para R$ 6, neste primeiro semestre do ano. Uma das estratégias que Milene usa para continuar prezando pela qualidade dos alimentos vendidos por ela é sempre fazer uma pesquisa prévia antes de comprar os ingredientes para as suas receitas. “Eu procuro muito, ando em vários lugares e pesquiso”, declarou a microempreendedora.

Além dos produtos importados, a alta do dólar também pode impactar a cadeia produtiva brasileira. “Na área da alimentação, existem determinados setores, por exemplo, que usam ração importada na criação de gado, aves, e isso também gera um impacto no valor final”, detalha Sarmento. Por outro lado, a especialista avalia que as variações na moeda estrangeira podem beneficiar alguns setores da economia brasileira que possuem um grande volume de exportações. “O aumento do dólar para as exportações é bom para os empresários que exportam, uma vez que nossos produtos se tornam mais competitivos comparando nossa moeda em relação ao dólar”, afirma.

Variação

Os últimos aumentos colocam o dólar no maior nível desde julho de 2022, quando tinha fechado a R$ 5,49. A divisa acumula alta de 4,06% em junho e de 12,55% em 2024. Na última quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter os juros básico da economia em 10,5% ao ano, e indicaram que não devem mexer na taxa Selic nas próximas reuniões.

Uma das consequência dessa decisão é um crédito mais caro, na visão da economista paraense. “Importante ressaltar que a taxa Selic é parâmetro para todas as demais taxa de juros praticadas no mercado, tais como o nosso cartão de crédito do dia a dia, empréstimos entres outros. Vale ressaltar que também atinge as unidade produtivas em relação a tendência a investir, já que muitos do investimentos são vinculados a empréstimos”, conclui Sarmento. 

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