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Cesta básica já passa de R$ 700 em Belém, aponta Dieese

Consumidores tentam driblar preços com pesquisa de marcas e substituição de produtos

Maycon Marte

Após uma série de aumentos no primeiro trimestre deste ano, a cesta básica de alimentos em Belém chegou a R$ 704,90, em março, o que resultou em uma alta de 6% na comparação com o mês anterior. Os dados são do Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), que analisou o comportamento de preços dos itens presentes na cesta dos paraenses. Para driblar os impactos na alimentação do cotidiano, consumidores optam por marcas mais baratas e trocam produtos por similares.


O balanço do departamento aponta que, no acumulado dos três primeiros meses, os principais aumentos foram sobre o café, com alta de 35,39%, seguido do tomate (26,80%) e óleo de soja (4,88%). Os reajustes encontrados no levantamento superam a inflação, calculada em torno de 2% no mesmo período analisado. Para a manicure Bárbara Pinheiro, que pesquisa o preço do café em um supermercado da capital paraense na manhã desta segunda-feira (7), talvez a melhor opção fosse não levar o produto para casa.

“Consumo o café com frequência e realmente aumentou absurdamente, ao ponto de até economizar para não acabar tão rápido. E, eu acho que ainda não vou levar por conta do preço”, explica.

Escolhas de produtos mais saudáveis ficam comprometidas

Luciane Gaby, pastora e empresária em Belém, também reconhece os aumentos nos produtos que consome, com ênfase no café. Segundo ela, o preço do produto saltou de R$ 14 para R$ 18 nos meses iniciais deste ano. Além dele, o óleo de soja também demonstrou reajuste de 37% quando comparado com os valores do ano passado.

“Com o óleo, a gente tenta fazer um bem bolado, utilizando o mais saudável, que é o de milho, com o convencional para umas frituras de maior quantidade, e a gente também percebe um aumento de uns R$ 2,50 em cada um deles”, explica a consumidora.

Para ela, a escolha de opções mais saudáveis, que costumam ser mais caras, fica comprometida, já que se sente forçada a consumir marcas e produtos com menor qualidade na tentativa de economizar. “Em vez de a gente só usar um de melhor qualidade, a gente volta a usar o de menor qualidade para equilibrar a tabela”, observa.

Na comparação dos últimos doze meses, de março de 2024 a março deste ano, o café registrou um reajuste acumulado de 91,%. Seguido por óleo com alta de 37,79% e leite com 15,99%. Os números são referentes aos preços em Belém, que ficou em sexto lugar entre as capitais com a maior alta dos itens da cesta básica. O ranking considera todas as 17 capitais onde o Dieese realiza estudos de preço.

O levantamento detalha ainda os itens que demonstraram redução do valor na análise dos três primeiros meses do ano. Os principais são: feijão com recuo de 9,34%, arroz com queda de 5,57%, açúcar com 2,82% e leite com 2,44%.

Variação de preços

  • Café (35,39%)
  • Tomate (26,80%)
  • Óleo de Soja (4,88%)
  • Banana (4,62%)
  • Carne (4%)
  • Manteiga (3,39%)
  • Pão (3,17%)
  • Farinha (0,46%)

 

Reduções

  • Feijão (-9,34%)
  • Arroz (-5,57%
  • Açúcar (-2,82%)
  • Leite (-2,55%)

Fonte: Conab/Dieese-PA

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