Carne mais barata? Consumidores de Belém ainda não sentem diferença nos supermercados

Segundo o Dieese-PA, o quilo da carne em Belém chegou a R$ 44,21 em janeiro, alta de 8,81% em relação aos preços de dezembro

Elisa Vaz

Os consumidores de Belém ainda não notaram preços mais baixos no quilo da carne como tem sido divulgado sobre as principais praças do país. Segundo analistas, o preço da arroba do boi tem caído - até 4,5% na semana - e, consequentemente, o dos supermercados e açougues também. Porém, o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, afirmou à reportagem que essa retração ainda não foi repassada pelos frigoríficos.

Pelo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), o quilo da carne comercializada em açougues, mercados municipais e supermercados de Belém chegou a uma média de R$ 44,21 em janeiro, o que representa uma alta de 8,81% em relação aos preços de dezembro. No intervalo de um ano, o reajuste alcançou 19,10%. Ainda não há um levantamento deste mês.

Diretor da Faepa, o zootecnista Guilherme Minssen afirmou ao Grupo Liberal que as pessoas estão comprando menos carne, e por isso a queda tem ocorrido em fevereiro. “O povo está sem poder aquisitivo para comprar qualquer tipo de carne. Baixou em todos os mercados. Eu estou aqui em Castanhal e os mercados estão às moscas, não estão vendendo nem os produtos de primeira necessidade. Acabou o poder aquisitivo da população brasileira”, mencionou.

Consumidores não notaram queda

O chef de cozinha Aldemir Saraiva, de 54 anos, trabalha com churrasco e constantemente precisa comprar carne de diversos tipos, sempre de alto padrão. Segundo ele, até agora o preço mais baixo não chegou para o consumidor. “É uma expectativa, mas até agora, para a gente, que está todo dia aqui, ainda não consegue ver isso. É o que a gente percebe no supermercado”, contou.

Aldemir disse que notou os preços de carne mais altos desde o ano passado. Ele trabalha com carnes nobres, como alcatra, maminha e picanha, então é impossível fazer substituições. A solução que ele encontra é fazer pesquisas de preços em diferentes locais, mas, mesmo assim, acha que não vale a pena. “A diferença de preço é muito pouca, às vezes 50 centavos, não compensa se deslocar. Quando a gente pega uma grande promoção, aí sim vale a pena”.

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A aposentada Deusa Brandão, de 73 anos, prefere diminuir o consumo de carne vermelha e aumentar o de frango e porco. Ela comentou que tem sentido um grande reajuste. “Todo dia que a gente pisa os pés no supermercado, as coisas estão com preços diferentes, sempre mais caras. Os alimentos estão levando todo o nosso salário. A gente já consome tudo cojm a alimentação”, ressaltou.

Em sua casa, moram cinco pessoas, então diariamente há um grande consumo de alimentos, o que acaba saindo mais caro. Mesmo fazendo pesquisas, Deusa opinou que não vale a pena. Ela tem achado os custos elevados também em açougues. Na visão da aposentada, “não há saída” para os consumidores.

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