Carnaval: destinos mais procurados incluem Vigia, Curuçá e Cametá, e gastos podem chegar a R$ 1.500
Custos incluem transporte, alimentação, hospedagem e lazer. Em algumas cidades, os leitos devem esgotar até a festa.
As cidades do interior do Pará devem ter uma movimentação intensa de Carnaval neste ano, marcado para o dia 4 de março. De acordo com o representante do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará (SHRBS), Fernando Soares, os destinos mais procurados devem ser Vigia, Curuçá e Cametá, para folia, e Salinópolis, Alter do Chão e Marapanim, para descanso. Na maioria dessas localidades, segundo ele, deve faltar leitos de hospedagem para os foliões.
“Nas cidades que têm folia, a ocupação ultrapassa os 100%, podemos dizer, porque falta leito em hotéis e pousadas, as pessoas até alugam casas, ficam em barcos. E no caso de Curuçá, por exemplo, que fica movimentada principalmente no Carnaval, montar um meio de hospedagem para este fim não compensa, e isso vale para outros locais que têm Carnaval”, diz.
Já em relação aos municípios mais procurados por quem quer descansar no feriadão, cada um tem sua particularidade. Fernando cita o caso de Alter do Chão, que possui, de acordo com a entidade, de 10 a 12 meios de hospedagem. Lá, há certa dificuldade de obter essas vagas de última hora, portanto, os interessados devem alugar com antecedência. Salinópolis, por sua vez, tem muitos meios de hospedagem e imóveis para locação, enquanto Marapanim é mais tranquila e comporta o público tranquilamente, ganhando mais com alimentação fora do lar.
Gastos com Carnaval
As diárias nesses destinos variam de acordo com a quantidade de pessoas e o luxo do hotel ou pousada. Sobre a alimentação fora do lar, o representante do SHRBS, Fernando Soares, adianta que os preços devem ser mais altos que os do ano passado. O que motiva a alta é o custo dos insumos que compõem os pratos, como arroz, feijão, farinha e carne. “Isso acaba sendo repassado para o cardápio”.
Em alguns municípios, ele cita que foram observados exageros, como o peixe custando R$ 600, mas lembra que cada empresário é livre para determinar seus preços. “O que a gente pede é que pratiquem preços com a realidade do turista e do país. Quanto mais caro é cobrado, menos vende. Não sei até onde isso é sustentável. De qualquer forma, o lucro nessas cidades será grande”, avalia Fernando.
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Embora o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA) não tenha dados específicos indicando quanto uma pessoa pode gastar no Carnaval do interior paraense, o supervisor técnico do órgão, Everson Costa, explica à reportagem que devem ser levados em conta os custos com transporte, manutenção - para quem tem veículo -, alimentação e lazer.
“Em relação ao custo com transporte, dependendo do destino, a passagem pode custar de R$ 20 para Castanhal até R$ 200 para o sudeste do Estado, isso por pessoa. Se for em transporte próprio, além do combustível, que está mais caro, a manutenção veicular passa de um salário mínimo, com a revisão de pneus, óleo e peças”, pontua.
O gasto com hospedagem também deve entrar na conta e, segundo Everson Costa, pode variar até mais de R$ 200 por pessoa. Além disso, os valores em restaurantes devem ser significativos, para ele, porque muitos cobram cerca de R$ 120 em uma refeição para duas pessoas. Quanto às bebidas, ele ressalta que ficaram de 8% a 15% mais caras. “Contando tudo ultrapassa pelo menos um salário mínimo, que comporta passagens, alimento e outras questões. Não é barato curtir o Carnaval no Pará. E ainda tem ainda os abadás”.
Hotéis esperam grande movimentação
Em Cametá, a expectativa é grande para quem trabalha com hotelaria. A administradora de um meio de hospedagem na cidade, Elsa Xavier, diz que a procura está intensa no momento, e muitas pessoas estão fazendo a cotação de preços, enquanto algumas já estão fechando. O movimento maior foi percebido quando foram lançadas as atrações e bandas do Carnaval deste ano, que será 100% gratuito e aberto ao público.
“Desde o ano passado, o Carnaval daqui passou a ser aberto ao público, não temos mais blocos, então é 100% na praça, com atrações nacionais, isso cria uma expectativa. A procura está boa. Em 2024, nessa época, a ocupação estava maior, mas o Carnaval foi antes também”, lembra. A expectativa é de lotar a acomodação durante o feriadão. Quanto aos preços, variam de R$ 1.000 a R$ 2.000 - valores mais altos que os normais, por causa da demanda e da alta temporada.
Já em Salinópolis, o proprietário de um hotel famoso da região, Geraldo Barros, afirma que o Carnaval é um evento de tradição. Com pacotes de duas diárias no valor inicial de R$ 1.300, a empresa também oferece um combo para quatro diárias, chegando até R$ 5.200. É esperada, segundo ele, uma alta média de 10% acima do ano passado, e a procura está maior, com previsão de lotação.