BNDES financiará R$ 1,8 bi para implantação termelétrica a gás natural em Barcarena
O empreendimento tem previsão de gerar 1.128 empregos diretos e indiretos, e integra o Novo PAC.
O empreendimento tem previsão de gerar 1.128 empregos diretos e indiretos, e integra o Novo PAC.
O projeto que visa criar um polo de importação, armazenagem e escoamento de gás natural no Porto de Vila do Conde. (Foto: Divulgação / Prefeitura de Barcarena)O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta semana a contratação de um financiamento de R$ 1,8 bilhão para implantação de uma termelétrica a gás natural no município de Barcarena, no nordeste do Estado do Pará. O empreendimento tem previsão de gerar 1.128 empregos diretos e indiretos, e integra o Novo PAC, programa do Governo Federal, que reúne esforços públicos e privados.
De acordo com o que detalhou o BNDES, a termelétrica será movida a gás natural liquefeito contará com uma turbina a gás e uma turbina a vapor, que compartilharão o mesmo eixo de geração, operando em ciclo combinado. A iniciativa abrange também a construção de uma linha de transmissão de aproximadamente cinco quilômetros de extensão para conexão da UTE ao Sistema Interligado Nacional de Energia.
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A UTE Novo Tempo Barcarena – como está batizado o empreendimento – terá, ainda, capacidade de 624 MW, integrando o Complexo Termelétrico de Barcarena, do grupo New Fortress Energy. O projeto que visa criar um polo de importação, armazenagem e escoamento de gás natural liquefeito importado no Porto de Vila do Conde. Para isso, o investimento total com empreendimento como um todo deve ultrapassar os R$ 2,5 bilhões.
O montante de 1,8 bi aportado pelo BNDES na modalidade project finance, em que as garantias são o próprio ativo e o fluxo de caixa do empreendimento. O aporte representa 65% do investimento total da Centrais Elétricas Barcarena S.A (CELBA 2), sociedade criada para implantação e operação da usina. A ideia é que, além de abastecer o Sistema Interligado Nacional, o complexo forneça gás para grandes consumidores da região, que, atualmente, operam com combustíveis que emitem maior quantidade de gases de efeito estufa, como o diesel.
Transição
“As termelétricas a gás são uma forma relevante de fazer a transição energética, substituindo as termelétricas com geração a diesel e mantendo a estabilidade do sistema interligado brasileiro, que tem cerca de 90% da geração elétrica baseada em fontes limpas”, destacou, durante a divulgação do financiamento, a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa.
José Carlos Lima, assessor da presidência do BNDS, reforçou a fala, destacando que o financiamento de energia limpa é uma política da instituição. “Esse é um empreendimento que propõe uma nova forma de geração energia. Par nós, enquanto instituição, é fundamental apoiarmos projetos que estejam alinhados com a diminuição de emissão de dióxido de carbono e com o desenvolvimento da região amazônica”, disse.
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Legado
Ainda de acordo com Zé Carlos, a instalação da termelétrica será um dos legados da COP30. “A Amazônia possuí dois terços do território brasileiro. Queremos, cada vez mais, aproximarmos o BNDES da Amazônia. Aquela ausência que poderia ser sentida em anos anteriores, estamos começando a diminuir. Queremos deixar legados para além da COP, apoiar inciativas que promovam mudanças reais para o uso sustentável da floresta e dos recursos”, defendeu.
Uma das possibilidades com a instalação da UTE de Barcarena, de acordo com o representante do BNDES, é a criação de um gasoduto até a Região Metropolitana de Belém. “Não é algo a curto prazo, mas o governador (Helder Barbalho) já demonstrou por diversas vezes, em conversas com o BNDES, interesse neste tema, em viabilizar o combustível a gás. É algo em discussão, mas a instalação da UTE nos permite pensar nisso”, informou Zé Carlos.