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Belém tem deflação, com queda na tarifa de energia e no preço dos alimentos

Na capital paraense, o índice geral registrado em agosto foi de -0,40%, uma deflação ainda mais acentuada do que a média nacional

Gabi Gutierrez

Impulsionada pela redução na tarifa de energia elétrica e nos preços dos alimentos, Belém registrou deflação em agosto. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, teve uma queda de 0,02% no mês, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10/09). Esse é o menor índice registrado desde junho de 2023, quando o IPCA havia caído 0,08%.


Na capital paraense, o índice geral registrado em agosto foi de -0,40%, uma deflação ainda mais acentuada do que a média nacional. Os grupos de Alimentação e bebidas (-0,60) e Habitação (-2,22%) puxaram a queda na Região Metropolitana de Belém.

Os principais grupos em queda em Belém, também foram responsáveis por puxar a deflação em todo o país. Alimentação e bebidas (-0,44%) e Habitação (-0,51%), que juntos representam 36,53% do IPCA, foram os grupos que mais apresentaram declínio. A alimentação teve uma contribuição negativa de 0,09 ponto percentual (p.p.) no índice geral, enquanto a habitação colaborou com -0,08 p.p.

No grupo de Habitação, a queda de 5,63% na tarifa de energia elétrica na capital paraense teve destaque, influenciada pela mudança da bandeira tarifária amarela em julho para verde em agosto. Com isso, a energia elétrica residencial foi o item que mais contribuiu para a deflação nacional, com uma redução de -0,11 p.p.

Alimentos em queda; clima favorece produção

Os alimentos em domicílio também ajudaram a diminuir o índice, com uma queda de 0,73%, sendo impulsionados pelas baixas nos preços da batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%). Segundo André Almeida, gerente da pesquisa de preços do IBGE, "o principal fator que contribuiu para a queda nos preços foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção com maior ritmo de colheita e intensificação de safra."

Apesar da queda nos alimentos em casa, a alimentação fora do domicílio registrou alta de 0,33%, mas desacelerou em relação a julho (0,39%). Já a refeição fora de casa subiu 0,44%, uma alta maior que no mês anterior.

Desaceleração da inflação em agosto

O resultado de agosto representou uma desaceleração da inflação em relação a julho, quando o IPCA teve alta de 0,38%. Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 4,24%, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, a alta é de 2,85%, um desempenho um pouco melhor do que a expectativa do mercado financeiro.

Energia e combustíveis em destaque

Para o grupo de Transportes, a estabilidade foi destaque, mesmo com o aumento dos combustíveis, como a gasolina (0,67%), que teve a maior influência positiva no IPCA de agosto, contribuindo com 0,04 p.p. Em contrapartida, a passagem aérea teve uma redução de 4,93%, ajudando a conter a alta do grupo.

Esperança para o bolso dos belenenses

Com a deflação, consumidores paraenses esperam que os preços realmente diminuam nos próximos meses. Para Larissa Barcelos, 30 anos, personal trainer, a queda nos preços de alimentação em agosto é uma esperança de alívio nas despesas do supermercado. “Espero que os preços reduzam e que isso alivie um pouco o custo no supermercado”, disse Larissa, esperançosa.

A profissional de educação física diz que sua família é grande e por isso, segundo ela, o custo com alimentação compromete de 40% a 50% sua renda. “Tenho dois filhos e praticamente todo dia estou na feira fazendo compras. Isso acaba aumentando muito nosso orçamento”, concluiu.

A comerciante Gabrielli Alves Barroso, 24 anos, também sente o impacto dos preços elevados, principalmente em itens como temperos e verduras: “Os preços ainda estão altos. Nos últimos meses, subiram muito rápido. Com essa queda, espero que a situação melhore e que os preços dos alimentos e da conta de luz realmente diminuam”. 

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Gabrielli relata que o aumento repentino da conta de luz também foi negativo para as finanças da família e torce para que agora o preço possa reduzir ou estabilizar. “Nossa conta foi de R$200 para R$500. Vai ser um grande alívio se conseguirmos diminuir esse valor”, contou.

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