Belém sedia novo encontro do G20 nesta semana
Líderes mundiais discutirão estratégias para prevenir desastres naturais e climáticos.
A partir desta quarta-feira (30), Belém será sede de mais uma reunião do G20. Durante três dias, o grupo de trabalho do fórum dedicado à Redução do Risco de Desastres se reunirá no Hangar Centro de Convenções para discutir estratégias de prevenção. O encontro será liderado pelo Brasil, com o ministro das Cidades, Jader Filho, como um dos coordenadores.
Este é o segundo evento ministerial do G20 realizado em Belém este ano. Em setembro, a capital paraense sediou o G20 Turismo. Desde 1º de dezembro de 2023, o Brasil exerce, pela primeira vez, a presidência rotativa do G20, que tem duração de um ano. A escolha de Belém como sede dos encontros também considera a realização da COP 30 na cidade em 2025.
O encontro formulará uma declaração interministerial com o intuito de fortalecer as ações de prevenção e resposta a desastres naturais e humanitários. A declaração será discutida nas reuniões e, segundo o Ministério das Cidades, “a presidência brasileira do grupo tem empenhado grande esforço para construir o consenso em torno dessa declaração”.
A proposta é debater, em alto nível, as desigualdades e vulnerabilidades, abordando ações de gestão do risco de desastres, desde a identificação deles até a reconstrução pós-desastre. Segundo a pasta, “com especial atenção ao financiamento”. Todo esse esforço está alinhado ao Marco de Sendai, instrumento da ONU para a redução de riscos de desastres.
Além do Ministério das Cidades, o encontro também é coordenado pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Ambas as pastas estão à frente dos trabalhos do GT de Redução do Risco de Desastres desde que o Brasil assumiu a presidência rotativa do G20. O grupo foi criado no ano passado sob a presidência da Índia, país que antecedeu o Brasil.
Jader Filho destaca que a criação do GT representa um avanço. Ele observa que "nunca foi tão urgente desenvolvermos estratégias globais para evitar tragédias", citando as inundações no Rio Grande do Sul, os incêndios que “devastaram” o Pantanal, a seca que afeta a Amazônia e o recente terremoto na China, “que comprometem a vida de milhares de pessoas”.
“Trazer a comunidade internacional para o coração da Amazônia é uma oportunidade de apresentar as potencialidades da nossa região e os desafios enfrentados. Tenho plena convicção que todo o país será beneficiado com os debates e que teremos novas abordagens inclusivas para reduzir o risco de desastres”, complementa o ministro Jader Filho.
Pará receberá R$ 6,9 milhões para prevenção de riscos
Durante o evento, o Ministério das Cidades apresentará as ações em andamento. Ao Grupo Liberal, a pasta detalhou que, para o Pará, estão previstos R$ 6,9 milhões do Novo PAC para prevenção de riscos, sendo R$ 6,5 milhões para contenção de encostas e R$ 390 milhões para obras de drenagem em Ananindeua, Barcarena, Belém, Bragança, Nova Ipixuna, Parauapebas, Redenção, São Miguel do Guamá e Uruará. A previsão é de 5 mil empregos diretos e indiretos.
Atualmente, R$ 17 bilhões estão sendo destinados a essas ações em todo o Brasil, dos quais R$ 6,5 bilhões são voltados especificamente para a prevenção de cheias no Rio Grande do Sul. Além disso, R$ 15,3 bilhões estão sendo aplicados em 227 projetos de drenagem urbana em todos os 27 estados brasileiros, sendo 221 propostas selecionadas e seis de crédito extraordinário. Outros R$ 1,7 bilhão serão direcionados a 98 projetos de contenção de encostas em 14 estados.
O G20
O G20 é composto por 19 países dos cinco continentes, além da União Europeia e da União Africana. O grupo representa dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional. Os países que fazem parte do G20 são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
O encontro em Belém contará com a presença de 163 delegados de pelo menos 26 países, além de representantes de instituições como o Banco Mundial, Unesco e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Entre os participantes confirmados estão ministros de Portugal, Egito, Noruega e Singapura, além de Kamal Kishore, representante do Secretário-Geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.