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Azeite está 42% mais caro nas prateleiras de Belém e deve encarecer almoço de Páscoa

Pesquisa do Dieese Pará revela que o preço do item disparou nos últimos 12 meses. Abras projeta redução no consumo e Páscoa mais cara.

Amanda Engelke

Os belenenses estão pagando bem mais caro pelo azeite de oliva. Neste ano, o reajuste chega a 42,41% em uma das marcas comercializadas nos principais supermercados da capital, a La Violetera. O azeite Gallo também está mais caro. Em comparação com o ano passado, a garrafa de 500ml aumentou 28,24%. Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Pará nesta quinta-feira (29). 

Para levar os produtos para casa, o consumidor tem que desembolsar, em média, R$ 49,83, no caso do La Violetera, e R$ 38,83, se a preferência for o azeite Gallo. A variação de preços, de acordo com o órgão, tem a ver com diversos fatores, como qualidade, origem, método de produção e demanda de mercado. “Em geral, o azeite de oliva extra virgem, considerado de mais alta qualidade, tende a ser mais caro do que outros tipos de azeite de oliva, como virgem ou refinado”, destaca o Dieese.

A pesquisa revela ainda que, no comparativo entre dezembro de  2023 e janeiro de 2024, a garrafa de 500ml chegou a aumentar 15,78% em Belém. Em dezembro, os produtos custavam em média R$ 43,04 (La Violetera) e R$ 37,81 (Gallo). O aumento, contudo, não é exclusividade da capital paraense. No Brasil, o item ficou 41,64% mais caro nos 12 meses encerrados em janeiro, segundo estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). 

Com a aproximação da Páscoa, a expectativa é que o produto tenha bastante procura, mas o preço pode afastar seu consumo. Ele deve, inclusive, encarecer o tradicional almoço da data, já que é comumente consumido nesta época, junto com os peixes, bacalhau, azeitonas e ovos. Devido ao preço, a Abras estima uma redução de 3% no consumo de azeite. Já os peixes frescos ou congelados devem estar presentes no almoço de 26% das famílias, seguidos de bacalhau (12,9%). 

Consumidores atestam alta

A dona de casa Nilda Maria da Silva, de 59 anos, conta que sentiu o aumento no bolso e que, apesar de não abrir não do produto, tem buscado marcas mais baratas. “Olha, eu costumo comprar azeite de oliva sempre que vou ao supermercado. Uso bastante e ultimamente tenho notado que os preços aumentaram muito. Isso tá meio pesado no bolso, sabe? Então, tenho cortado um pouco o consumo ou optado por marcas mais baratas. Mas ainda é um produto que faço questão”, diz. 

A autônoma Otilia de Jesus, de 61 anos, também constata o aumento. Ela afirma que reduziu o consumo do produto devido ao preço. “Aumentou bastante sim. Já faz dois meses que não compro porque estou economizando bastante, usando só alguns em alguns pratos. Eu gosto das marcas Gallo e Andorinha, mas ultimamente a escolha é pelo preço mesmo. Vou comprar outro este mês, já para a Páscoa, mas vou pesquisar bastante e contar com alguma promoção”, diz. 

De acordo com o Dieese Pará, fatores como condições climáticas, sazonalidade da colheita e flutuações cambiais podem influenciar nos preços do produto. “Além disso, eles também podem variar de acordo com a região e o país de origem. Por exemplo, os azeites de oliva produzidos em países do Mediterrâneo, como Espanha, Grécia e Itália, geralmente têm uma ampla gama de preços, dependendo da marca, qualidade e variedade”, aponta a pesquisa.

Trajetória de preços médios do Azeite de Oliva em Belém

Produto Preços médios Variação
Azeite de Oliva (500ml) Jan/2024 (R$) Dez/2023 (R$) Jan/2023 (R$) No mês (%) 12 meses (%)
Gallo 38,83 37,81 30,28 2,70% 28,24%
La Violetera 49,83 43,04 34,99 15,78% 42,41%

Fonte: Dieese Pará.

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