MENU

BUSCA

Auxílio Brasil vai oferecer crédito consignado a partir de setembro

O ministro Ronaldo Bento garantiu continuidade do programa de transferência de renda

Fabrício Queiroz

O Ministério da Cidadania, responsável pela coordenação do Auxílio Brasil, pretende disponibilizar a contratação de empréstimos consignados para os beneficiários ainda na primeira quinzena de setembro, segundo informou o titular da pasta, Ronaldo Bento, em entrevista exclusiva concedida ao Grupo Liberal nesta quinta-feira, 18.

A lei que autoriza a concessão de crédito consignado para os beneficiários do programa foi sancionada pela Presidência da República no início deste mês, porém ainda faltam portarias e decretos para regulamentar o procedimento junto às instituições financeiros. De acordo com o ministro, já há 17 bancos credenciados e outros 65 em análise do processo até o momento. “A nossa meta é que em setembro as famílias já possam se dirigir a essas instituições que estarão credenciadas e fazer o seu empréstimo consignado”, disse.

VEJA MAIS

Contratação de empréstimo consignado requer atenção
Variação das taxas de juros pode comprometer orçamento de beneficiários do Auxílio Brasil

Pagamento de benefícios deve aquecer economia
Comerciantes esperam aumento de vendas de gêneros alimentícios

Pela lei, quem recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e programas federais de transferência de renda pode adquirir empréstimos que comprometam até 40% do valor recebido, que atualmente é de R$ 600. Para críticos da medida, o crédito consignado pode levar ao superendividamento de famílias que já tem situação econômica desfavorável e comprometer o uso de recursos necessários para gastos com alimentação, por exemplo

No entanto, Ronaldo Bento defendeu a proposta do governo afirmando que o mecanismo vai permitir a proteção do beneficiário por meio do sistema nacional de proteção e defesa do consumidor. “É um processo de estimulo à bancarização e democratização de crédito visando trazer essa regra de emancipação, essa trilha de saída do programa de transferência de renda. O que nós queremos é estimular a nossa população ao trabalho e à produção para que eles tenham um amparo do Estado no momento que precisa, mas não fique aprisionado a ele”, destacou.

Em todo o Estado do Pará cerca de 1,2 milhão de famílias recebem o Auxílio Brasil atualmente, atingindo mais de 4 milhões de pessoas. Para Bento, esse público é testemunha da mudança de perspectiva que o programa proporciona, que envolve desde aspectos operacionais, como o uso de cartões com função de débito ou recursos por meio de aplicativo, até a possibilidade de progressão por meio do empreendedorismo.

Nesse sentido, as alternativas incluem a permissão para que os beneficiários possam constituir microempreendimentos individuais (MEI’s) ou solicitar o Auxílio Inclusão Produtiva Rural, que concede um acréscimo de R$ 200 às parcelas mensais do Auxílio Brasil. “A família que começa a produzir, ela recebe R$ 200 reais a mais, ou seja, além dos R$ 600 para comprar os seus insumos e para favorecer a sua pequena produção familiar”, esclareceu o ministro frisando que o pedido pode ser feito de forma facilitada nas unidades do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) em todo o Brasil. Hoje, cerca de 7 mil famílias já são contempladas com esse benefício.

“Assim como veio o Auxilio Inclusão Produtiva Rural, na semana que vem o presidente estará regulamentando o Auxilio Inclusão Produtiva Urbana”, adiantou o ministro. Nesse projeto, os beneficiários que habitam nas cidades também terão a oportunidade de receber um estímulo financeiro de R$ 200 pelo período de 24 meses para fomentar a criação de pequenos negócios.

“Ao mesmo tempo que estamos incentivando a atividade produtiva e o trabalho, o Auxílio Brasil estende a mão amiga do Estado para as pessoas em situação de vulnerabilidade social afinal de contas estamos saindo de uma pandemia”, ressaltou Bento, que aproveitou a entrevista para garantir que a população assistida não precisa temer o fim do programa. “Só no estado do Pará são mais de 1,2 milhão de famílias. Todas essas famílias podem ficar despreocupadas que o Auxilio Brasil não vai acabar em dezembro. Ele é permanente e as pessoas vão continuar recebendo esse benefício”, assegurou.

Economia