Auditores da Receita Federal realizam ato no Porto de Vila do Conde, no Pará
Representantes sindicais alertaram para prejuízos econômicos caso o governo federal não inicie negociações com a categoria
“O que estamos pleiteando é o reajuste do vencimento básico. Somos a única categoria de toda a Esplanada dos Ministérios que não foi contemplada, enquanto todas as demais receberam seus reajustes”, destacou José Renato Alves Gomes, presidente da Delegacia Sindical do Pará (DS-PA) do Sindifisco Nacional.
O ato reuniu 27 auditores fiscais, entre eles Maria de Lourdes Ramos, representante da Diretoria Executiva Nacional (DEN) do Sindifisco, Joaquim Jerônimo da Silva Filho, do Diretório Sindical de Boa Vista (RR), José Herikson Holanda Gomes, do Diretório Sindical de Fortaleza (CE), e Dion Ruas, integrante do Comando Nacional de Mobilização (CNM).
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Durante a mobilização, os auditores se reuniram com diretores da empresa Santos Brasil, que atua no Porto de Vila do Conde, para discutir os impactos da paralisação no setor de exportação e importação. Os representantes sindicais alertaram para prejuízos econômicos caso o governo federal não inicie negociações com a categoria. “Nosso movimento não tem o intuito de prejudicar exportadores, importadores ou a sociedade. Queremos apenas que o governo cumpra o que nos é devido, garantindo o reajuste salarial e melhores condições de trabalho”, afirmou Maria de Lourdes Ramos.
Paralisação afeta fluxo de mercadorias
Joaquim Jerônimo da Silva Filho ressaltou o impacto da greve nas regiões de fronteira, afirmando que a paralisação já está afetando significativamente o fluxo de mercadorias. “A situação em Roraima reflete um movimento forte e coeso. Precisamos manter a pressão sobre o governo para alcançar nossos objetivos”, pontuou.
Além das questões salariais, a preocupação ambiental também esteve em pauta. Amaury Klautau de Amorim, chefe da Inspetoria da Receita Federal no porto de Barcarena, alertou sobre o risco de contaminação do solo devido ao armazenamento inadequado de cargas apreendidas, como minério de manganês, em contêineres retidos durante a paralisação. “O armazenamento precário pode gerar vazamentos e causar danos ambientais graves. Precisamos resolver essa situação com urgência”, enfatizou.
Os representantes do Sindifisco sugeriram que a empresa Santos Brasil enviasse ofícios ao Ministério da Fazenda, ao Gabinete da Presidência da República e ao Governo do Estado do Pará para reforçar a necessidade de uma solução rápida para o impasse. Segundo os manifestantes, a empresa demonstrou compreensão quanto à gravidade dos impactos da greve e se comprometeu a encaminhar o pedido.
Com manifestações em diversos estados e forte mobilização nas redes sociais, os auditores fiscais seguem pressionando o governo federal. “Se o governo não abrir negociação, a mobilização será intensificada”, alertou Dion Ruas.