Aposentadoria: entenda o que precisa para ela ser concedida e como calcular o valor

Este ano de 2023, o valor máximo (teto) de aposentadoria é de R$ 7.507,49. Quem está razoavelmente próximo da aposentadoria, faltando 5 anos ou um pouco menos, tem grande curiosidade de saber quanto receberá quando chegar a hora. O difícil é calcular o valor. Economistas em Belém afirmam que, a princípio, cada caso é um caso e que é preciso fazer um cálculo individualizado.

Eles observam que por envolver uma série de variáveis que podem influenciar diretamente no montante final, não é fácil receber o máximo pago pela Previdência Social ao ter a aposentadoria concedida, especialmente, após a reforma da Previdência, no ano de 2019.

Para começar, é bom saber que o valor da aposentadoria do INSS corresponde a 60% sobre a média salarial para quem tem o tempo mínimo de contribuição, que é de 15 anos para as mulheres e 20 anos para os homens, mais 2% a cada ano extra.

É preciso atentar também que, com a nova fórmula de cálculo das aposentadorias, a pessoa só conseguirá receber o teto se tiver bastante tempo de contribuição após julho de 1994. Um homem com 45 anos de contribuição, por exemplo, vai ganhar 110% da média de seus salários.

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Principais regras para se aposentar em 2023

A reforma da Previdência, no ano de 2019, criou cinco regras de transição para a aposentadoria: por pontos, por idade mínima progressiva, com pedágio de 50%, com pedágio de 100% e idade mínima na aposentadoria por idade das mulheres.

A regra de pontos é uma das três que sofrem alteração todos os anos. Nela, o segurado precisa atingir uma pontuação mínima, ao somar a idade com o tempo de contribuição.

Em 2023, os homens deverão ter pelo menos cem pontos, enquanto as mulheres precisarão de 90 para ter direito ao benefício. É preciso, ainda, pelo menos 30 anos de pagamentos ao INSS, no caso das mulheres, e 35 quando homem.

Na idade mínima progressiva, acrescenta-se seis meses à idade mínima que dá direito à aposentadoria a cada ano. Para pedir a aposentadoria em 2023, a segurada precisa ter pelo menos 30 anos de contribuição, além de 58 anos de idade. O segurado deve ter 35 anos ou mais de recolhimentos e 63 anos de idade.

O pedágio de 50% é válido apenas para os trabalhadores que estavam a até dois anos da aposentadoria quando a reforma entrou em vigor, ou seja, homens que tinham ao menos 33 anos de contribuição e mulheres que fizeram o recolhimento por pelo menos 28 anos até 13 de novembro de 2019.

Esta regra diz que a pessoa precisa cumprir metade do tempo de contribuição que faltava na data de início da reforma, sendo que é exigido o tempo mínimo de 35 anos de pagamento à Previdência, para homens, e 30, para mulheres.

No pedágio de 100%, o segurado precisa trabalhar o dobro do tempo que faltava para se aposentar quando as novas regras entraram em vigor. É preciso que homens tenham pelo menos 60 anos de idade e 35 de contribuição, e que as mulheres tenham 57 anos de idade e 30 de pagamentos ao INSS.

A aposentadoria por idade teve a última mudança neste ano de 2023, e agora exige das mulheres 62 anos para se aposentar. No caso dos homens, a exigência não mudou e já era de 65 anos de idade antes mesmo da reforma da Previdência.

Confira a simulação de um salário médio de R$ 3 mil

Um trabalhador que recebe R$ 3 mil mensais, só receberá 100% desse valor, caso tenha, ao menos, 35 anos de contribuição. Caso a média salarial seja de R$ 3.000, por exemplo, o valor a ser pago de aposentadoria para mulheres com 30 anos de INSS e homens com 35 anos de pagamento à Previdência será de R$ 2.700.

Veja formas de aumentar o valor da aposentadoria

Os economistas paraenses Sérgio Felipe e Rosivaldo Batista comentam sobre formas de aumentar os rendimentos, de modo particular, ou seja, como é possível investir para ter uma renda maior do que o benefício pago pelo INSS. Eles citam desde investimentos em renda fixa, como Títulos do Tesouro, CDBs e Debêntures.

“Para ilustrar, uma simulação de investimento no site do Tesouro Direto (Plataforma de Títulos Públicos do Governo Federal) feita em 17/11/2023, mostra que por meio do Tesouro IPCA+ 2035, um título público que paga uma taxa de juros mais a variação do IPCA (índice de preços ao consumidor amplo), com uma data de vencimento em 15/05/2035, com valor de resgate líquido pretendido de R$ 325.000,00, necessita de investimentos mensais de R$ 1.478,59 por um período de 137 meses”, diz Sérgio.

Ele ressalta que existem outros tipos de investimentos para a aposentadoria: Previdência Privada e outros tipos de renda fixa como Fundos de Renda Fixa e LCI/LCA) e ainda em renda variável (como Ações e Fundos Imobiliários) que também podem ser considerados no momento da escolha do investidor.

"Vale lembrar também que as condições de mercado modificam os parâmetros de investimentos ao longo do tempo e por isso é sempre importante a busca por orientação no momento de investir grandes montantes, para se certificar de estar fazendo a melhor escolha”, recomenda Sérgio.

Bancos disponibilizam modalidades de investimentos

O economista Rosivaldo Batista destaca, por exemplo, o PGBL, o plano gerador de benefícios livres e o VGBL, valor gerador de benefícios livres. “Uma outra modalidade é investir em títulos do Governo com remuneração pela taxa Selic". Em palestras, ele costuma recomendar aplicações mensais em títulos do Governo.

“É importante que, de acordo com a idade das pessoas, aplicar levando em conta segurança no seu investimentos; liquidez podendo retirar seu dinheiro quando precisar e a rentabilidade da aplicação”, diz Batista.

"No site do Banco Central tem um aplicativo chamado ‘Calculadora Cidadão’. De maneira bem simples, ele ensina como decidir sobre uma aplicação. O Tesouro Direto é uma modalidade oferecida pelo governo federal que deseja aplicar em títulos do governo. É seguro e pago pela Taxa Selic. Eu uso o do Banco Central é simples e de fácil manuseio”, finalizou ele.

Serviço:

Link para acesso ao site do Tesouro Direto