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Após pandemia, frutas e verduras estão mais caras na Ceasa

Além dos preços, feirantes do Ver-o-Peso reclamam ainda do fraco movimento na maior feira livre da América Latina

Abílio Dantas

Durante a semana de aniversário da maior feira livre da América Latina, os feirantes do Mercado do Ver-o-Peso reclamam que viver do comércio está cada mais difícil após a chegada da pandemia do novo coronavírus. Não fosse suficiente a queda rápida do movimento dos clientes, que preferem ficar em casa para evitar a contaminação, os preços de frutas, verduras e legumes, segundo eles, ficaram mais caros na Central de Abastecimento do Pará (Ceasa-PA).

O vendedor Nilson Miranda, de 49 anos, que trabalha há 25 anos no Ver-o-Peso, relata que produtos como banana e abacate ficaram mais caros. “A caixa da banana, com 7 ou 8 pencas, que antes eu encontrava a R$ 20, agora só consigo comprar a R$ 35, R$ 40. Não sei se a culpa é do coronavírus, o fato é que estamos sentindo sim a alta nos valores”, reclama.

O abacate, outro produto comercializado por Nilson, também sofreu alateração. “Há duas semanas, mais ou menos, já foi possível notar a mudança no preço do abacate. É em razão de ter sido nesse período que penso que pode ter a ver com o coronavírus. A caixa, que nos meses anteriores eu comprava a R$ 45, agora não consigo comprar por menos de R$ 70 ou R$ 80. É algo que acaba mudando o nosso planejamento financeiro”, relata.

Na sessão de hortaliças, o feirante Carlos Augusto Lopes, de 57 anos, “com quase 30 anos de Ver-o-Peso”, também reclama dos novos tempos para a venda. “Quase não estou indo na Ceasa, já que o movimento aqui está triste, você pode notar que muitas barracas não estão abrindo, como é o caso da sessão de alimentos, assim como no Comércio. Mas, quando vou na Ceasa, noto também que algumas coisas estão mais caras. Mas acho também que a pessoa deve procurar bem porque, dependendo da qualidade do que se busca, é possível encontrar bons preços”, afirma.

O diretor da Ceasa, Eduardo Sampaio, confirma que alguns produtos ficaram mais caros, mas atribui a mudança apenas ao período das chuvas. “Até o momento não, fazemos cotações a cada três dias. Então não é possível, portanto, fazer esse acompanhamento imediato. O que sabemos é que a alta das chuvas provoca o aumento de preços”, explica.

Cenoura, por exemplo, que é um produto importado de Minas Gerais, teve a caixa com 20 quilos aumentando de R$ 64,22, em fevereiro, para R$ 79,61, em março, o que significa uma variação de 23,96%. Já a batata Inglesa (saca com 50 quilos), que vem de São Paulo, passou para R$ 105,80, após ser vendida em fevereiro a R$ 102, 50, o que significa um aumento de 3,22%.

A caixa de 17 quilos de banana, que é a fruta mais consumida pelos paraenses na Central de Abastecimento, teve uma alta, em média, de R$ 2,29, pois passou de R$ 40,57 para R$ 41,50, de acordo com os levantamentos da Ceasa. Com uma alta bem mais significativa, um produto também bastante consumido, o maço com 50 gramas de coentro passou de R$ 4,83 para R$ 6,82. E a saca com 20 quilos de cebola, que vem de Santa Catarina, aumentou de R$ 31,66 para R$ 43,18, com a variação de 36.39%, a maior registrada pelo levantamento oficial.

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