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Aplicativo incentiva compra de pequenos empreendedores locais

Com o nome Aua, que significa 'gente' em tupi-guarani, uma das ideias do projeto é humanizar as compras

Elisa Vaz

Os novos hábitos de compra e venda durante a pandemia do novo coronavírus resultaram na plena adaptação ao sistema delivery, ou seja, quando um consumidor faz uma compra pela internet e um entregador deixa na porta de sua casa. Pensando na falta de visibilidade que pequenos empreendedores têm nos grandes aplicativos de compra, um grupo de estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) desenvolveu um aplicativo que tem o objetivo de estimular o comércio local e apoiar os empreendedores mais afetados pela pandemia na capital paraense – o Aua.

Segundo o estudante Lucas Cardoso, idealizador do projeto e acadêmico de engenharia da computação, o maior intuito é possibilitar que mais pessoas tenham acesso a produtos e serviços oferecidos por pequenos empreendedores, principalmente os que não conseguiram entrar nas grandes plataformas. Serão oferecidos aos consumidores cupons de desconto no aplicativo, que já está em funcionamento, mas segue em fase de teste, para analisar o comportamento do público nesse primeiro momento.

Qualquer empreendedor, de todos os segmentos de negócio, pode preencher o formulário de inscrição da plataforma, disponível nas redes sociais do grupo. A partir desse documento, a equipe decide se aprova ou não aquele negócio. No entanto, é preciso cumprir alguns requisitos, como ter um local fixo, já que a plataforma trabalha com um mapa de Belém. “Não precisa ser a loja, pode ser a própria casa do empreendedor, mas ele tem que informar um endereço. Além disso, esse local precisa ser dentro da capital, ainda não estendemos para o restante da Região Metropolitana. E, por último, precisa estar cadastrado em um aplicativo de mensagens, porque o consumidor não vai comprar pelo aplicativo, nós só fazemos a mediação. Da plataforma, ele será redirecionado para a conversa com o próprio empreendedor”, explica Lucas.

Com o nome “Aua”, que significa “gente” em tupi-guarani, uma das ideias do projeto é humanizar as compras. “Hoje em dia, você compra pelos aplicativos e não sabe quem está vendendo, não fala com ninguém, é algo impessoal. Queremos fazer as pessoas conheceres os donos dos negócios”, comenta o idealizador. Por isso, dentro da plataforma, há espaços que contam um pouco da história de quem está por trás das vendas. A intenção, segundo Lucas, é conectar pessoas, não apenas o usuário com o estabelecimento.

Uma das pessoas beneficiadas com a iniciativa foi a empreendedora Luiza Bittencourt, de 20 anos. A acadêmica de odontologia se viu com tempo livre depois que as aulas foram suspensas por conta da pandemia e decidiu investir em uma atividade que sempre teve como hobby: a confeitaria. “Fui criada com bolos na mesa e sempre fui apaixonada por esse universo, assim como a minha família. Nesse período, como estava sendo improdutiva e treinando a culinária no tempo livre, algumas amigas me incentivaram a abrir o negócio e vender bolos. Achei incrível, porque já queria fazer isso, minha ideia era vender na faculdade, mas, com a pandemia, comecei vendendo pela internet”, lembra. Além dos bolos confeitados e recheados, ela também vende os simples e os tradicionais.

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