Alta dos juros e dólar impactam produção industrial nacional
Apesar da queda mensal em novembro de 2024, a produção industrial no país cresceu 1,7% em comparação a novembro de 2023 e obteve um crescimento de 3,2% de janeiro a novembro de 2024
A produção industrial no Brasil registrou uma queda de 0,6% em novembro de 2024 comparado ao mês de outubro do mesmo ano, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (8). Já o estado do Pará está em primeiro lugar na pesquisa de produção mensal de produtos físicos no mês de novembro com aumento de 7% em comparação ao mês anterior. A mesma pesquisa revela um crescimento de 12,5% em comparação ao mesmo mês de 2023 e um crescimento de 6,2% no acumulado de 12 meses.
Apesar da queda mensal, a produção industrial no país cresceu 1,7% em comparação a novembro de 2023 e obteve um crescimento de 3,2% de janeiro a novembro de 2024. Considerando o acumulado de 12 meses, o setor ainda revelou um aumento de 3,0% apontando um saldo positivo.
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De acordo com a pesquisa do IBGE, bens de consumo semi e não duráveis tiveram o resultado negativo mais considerável com queda de 2,8% em novembro de 2024 comparado a outubro do mesmo ano com queda registrada em 1,1%. Em seguida, os setores de bens de consumo duráveis apontaram uma queda de 2,1% , reduzindo parte do crescimento registrado em 5,1% no mês de outubro.
Grandes Categorias Econômicas | Novembro 2024 / Novembro 2023 | Acumulado Janeiro-Novembro |
---|---|---|
Bens de Capital | 14,0 | 8,8 |
Bens Intermediários | 1,6 | 2,6 |
Bens de Consumo | 0,2 | 3,9 |
Duráveis | 19,5 | 10,7 |
Semiduráveis e não Duráveis | -2,7 | 2,8 |
Indústria Geral | 1,7 | 3,2 |
Inflação elevada, aumento da taxa básica de juros e aumento do dólar são alguns dos fatores que afetaram diretamente a queda da produção industrial nacional no fim do ano de 2024, de acordo com o economista Nélio Bordalo. “A produção da indústria no Brasil caiu em função principalmente, e com forte pressão do setor de veículos, em meio ao ciclo de aumento da taxa básica de juros e à inflação elevada, reduzindo as vendas nos três últimos meses do ano. Outros fatores foram aumento nos custos de produção, em função da desvalorização do real ante o dólar”, explica.
Segundo o economista, a queda na produção no fim do ano passado influencia a economia do estado com a redução de investimentos por parte das indústrias sediadas no Pará. Ele explica que essa redução ocorre “em função da alta do dólar e custos elevados para captação de capital de giro e financiamentos, o que impacta negativamente na geração de emprego e renda”.
O economista ainda pontua que a perspectiva para esse setor neste ano deve ser de alerta para o aumento nos custos de produção, preços de insumos elevados em função do dólar, além de aumento dos preços de máquinas e equipamentos importados. “Já as empresas que atuam com exportação, a desvalorização do câmbio é oportuna, pois torna as exportações industriais de produtos brasileiros mais atrativas e competitivas no mercado internacional”, acrescenta.
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