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Alta de preços derruba consumo de frutas de final de ano no Ver-o-Peso, em Belém

Consumidores estão em menor número no mercado, e os que fazem compras levam poucas quantidades

Elisa Vaz

As frutas e sementes utilizadas para compor as ceias de final de ano estão mais caras em Belém, como apontou uma pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com as altas de preços, o movimento tem ficado cada vez mais fraco nas feiras e nos supermercados da capital, a exemplo do Ver-o-Peso, visitado na manhã desta quarta-feira (28) pela reportagem e que tinha menos consumidores circulando do que o normal.

O que Valdeir faz para driblar a situação é oferecer promoções, quando é possível. Ao perceber que o movimento caiu, o vendedor faz as contas para ver qual percentual dar de desconto. Segundo ele, o preço da castanha aumenta de acordo com o ano - quando a safra é boa, fica mais barato. "O preço fica menor quando tem muita castanha. Se vem pouca já fica mais cara. Esse ano deu castanha, não faltou, mas também ficou cara, se antes comprava uma quantia por R$ 7 ou R$ 8 depois volto e está mais caro", comenta. Valdeir não tem boas expectativas de que o fluxo de consumidores aumente até o final desta semana.

Positividade

Já outro vendedor, Benedito Cardoso, mais conhecido como "Louro", trabalha com frutas e acredita que as vendas estejam relativamente boas. Mas os produtos que mais saem não são os citados pela pesquisa, mas sim uva, maçã, kiwi, ameixa, melão e pitaya. Embora o movimento não estivesse tão bom nesta quarta, o trabalhador está esperançoso e acredita que o fluxo fique mais intenso a partir desta quinta-feira (29) até o sábado (31), principalmente porque o mercado deve ser reabastecido com novas mercadorias.

"Até sábado o movimento deve ser muito grande, no Natal foi bom, vendi toda a minha mercadoria, graças a Deus", comemora. Quanto ao preço, Louro considera que está "acessível" para os consumidores, com exceção da maçã, que antes era vendida a R$ 5 por oito unidades, e agora esse preço só paga quatro. Já a uva, outra fruta bastante vendida na banca, custa R$ 15, com possibilidade de escolher entre cinco marcas diferentes.

Consumo baixo

Dona de casa, Maria Ivaneide da Silva, de 47 anos, esteve no Ver-o-Peso ontem para comprar algumas frutas. Como já fez ceia no Natal e precisou comprar os itens típicos dessa época, não vai comprar de novo para o Réveillon - em vez disso, vai aproveitar as frutas e sementes que sobraram e fazer um jantar simples, apenas para a data não passar em branco. "No Natal comprei uva, passas, morango, ameixa e essas coisas, agora para o Ano Novo estou levando maçã, manga e uva, que já acabaram, só complementando", conta.

A consumidora achou os preços bons, mas não fez as compras maiores no mercado Ver-o-Peso. "Para mim, foi mais ou menos, porque eu só levei o que cabia no meu orçamento. Não estava tão barato assim, mas deu para levar, a gente dá um jeitinho. Achei mais em conta que no ano passado", destaca Maria.

Já a psicopedagoga Luciana Ribeiro, de 40 anos, não mora em Belém, mas veio de Marabá à capital para a mãe fazer consultas e exames. A família aproveitou o período para passear e passar o Réveillon em Belém, e até estiveram no Ver-o-Peso procurando especiarias. Luciana comprou cerca de 300 gramas de castanha e achou o preço acessível. "Sempre que venho faço compras e levo, se pudesse levaria o mercado todo, mas não dá".

Frutas que ficaram mais caras

Obs: entre dezembro/2021 e dezembro/2022

  • Melão amarelo: 50,67%
  • Passas escuras sem sementes: 27,50%
  • Pera d’anjou: 18,06%
  • Pêssego fresco importado: 17,45%
  • Maçã argentina: 12,55%
  • Damasco fresco: 12,52%
  • Nozes sem casca: 9,61%
  • Tamara seca sem caroço: 8,39%
  • Castanha portuguesa: 4,13%

Fonte: Dieese-PA

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