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Alta de 2,79% na energia elétrica impulsiona inflação em Belém

Bandeira vermelha ajudou a elevar o IPCA em 1,44% nas despesas com habitação

Amanda Engelke

A inflação em Belém registrou uma alta de 0,18% em setembro, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento foi impulsionado principalmente pela conta de energia elétrica residencial, que subiu 2,79%.

A autônoma Cristiane Gonçalves, 29, diz que sentiu a alta. Ela relata que tem um ar-condicionado e viu sua conta subir de cerca de R$ 320 para mais de R$ 400. "E olha que estamos fazendo de tudo para economizar. Agora, mesmo quando está muito calor, usamos o ventilador. Quando ligamos o ar, é com o temporizador", conta.

Em Belém, o impacto desse reajuste foi sentido diretamente no grupo Habitação, que registrou alta de 1,44% no mês, a maior entre os grupos. A elevação ocorre principalmente pela mudança da bandeira tarifária de verde para vermelha, patamar 1, que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.

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A alta no grupo seguiu a tendência nacional, onde a variação foi de 1,80%. Além da energia, os maiores aumentos em Belém foram observados no tijolo (3,63%), sabão em pó (1,31%), combustíveis e energia (2,28%), telha (1,01%), condomínio (0,75%), amaciante e alvejante (1,9%). O botijão de gás também registrou alta, de 0,57%.

Outros itens com alta

Bens de consumo durável também registraram variação positiva em Belém, impulsionados por itens como ar-condicionado (1,83%), móveis para quarto (1,77%) e fogão (1,32%). Os aumentos impulsionaram a variação de 0,33% do grupo Artigos de Residência, que abrange eletrodomésticos, móveis e outros produtos utilizados no lar.

Outros grupos também apresentaram alta como Saúde e cuidados pessoais (0,78%), Vestuário (0,21%) e Educação (0,14%). As despesas pessoais ficaram praticamente estáveis com 0,02%. Já os grupos Transportes, Alimentação e bebidas, e Comunicação registraram baixas de 0,45%, 0,33% e 0,16%, respectivamente.

Conta de energia também puxou inflação nacional

No Brasil, o IPCA registrou uma alta de 0,44% em setembro, também tendo como principal fator o aumento na conta de energia elétrica. No país, o aumento registrado no período foi de 5,36%. No acumulado do ano, a inflação nacional é de 3,31%, enquanto nos últimos 12 meses o índice está em 4,42%.

O grupo Alimentação e Bebidas também teve peso no índice nacional, com uma alta de 0,50%. As carnes registraram aumento de 2,97%. Em Belém, embora o grupo tenha apresentado baixa, as carnes também tiveram aumento de 1,65%. Os maiores aumentos, na média do país, foram de frutas como limão (30,41%) e maracujá (14,44%).

Na nota divulgada pelo IBGE, André Almeida, gerente da pesquisa, apontou que a forte estiagem e o clima seco reduziram a oferta de carnes. Ao longo do primeiro semestre, entretanto, houve quedas, quando ocorreu um alto número de abates. “Agora, o período de entressafras está sendo intensificado pela questão climática”, reforçou Almeida.

Comparação dos resultados do mês com o mês anterior (agosto 2024 vs. setembro 2024):

Belém:

Agosto 2024: -0,40

Setembro 2024: 0,18

Brasil:

Agosto 2024: -0,02

Setembro 2024: 0,44

Fonte: IPCA/IBGE

Variações por grupos em setembro 2024:

Alimentação e bebidas:

Belém: -0,33

Brasil: 0,50

Habitação:

Belém: 1,44

Brasil: 1,80

Artigos de residência:

Belém: 0,33

Brasil: -0,19

Vestuário:

Belém: 0,21

Brasil: 0,18

Transportes:

Belém: -0,45

Brasil: 0,14

Saúde e cuidados pessoais:

Belém: 0,78

Brasil: 0,46

Despesas pessoais:

Belém: 0,02

Brasil: -0,31

Educação:

Belém: 0,14

Brasil: 0,05

Comunicação:

Belém: -0,16

Brasil: -0,05

Fonte: IPCA/IBGE

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