Acordo entre Pará e China vai implantar satélites chineses para revolucionar a produção no estado
Uma reunião entre autoridades do Pará e empreendedores chineses foi realizada para viabilizar a tecnologia, que promete promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia
A Federação das Indústrias do Estado do Pará sediou, na tarde desta sexta-feira (13), uma reunião entre autoridades paraenses e empreendedores chineses, que discutiram um acordo bilateral de cooperação entre o estado e a China para a implantação de tecnologias inovadoras no território do Pará.
Um dos objetivos desta reunião foi o de viabilizar um acordo com os investidores chineses Wentao Cao, Yong Chin e Yanhua Qu, para o uso de satélites de monitoramento, os quais serão utilizados para o mapeamento do estado, melhoramento da produção e fiscalização de atividades ilícitas, como os garimpos ilegais.
O presidente da FIEPA, Alex Carvalho, salientou que além da produtividade, a parceria com empresas chinesas também servirá para a produção de atividades que respeitem a sustentabilidade no Pará.
“Este encontro foi uma oportunidade para conhecer e discutir tecnologias inovadoras que podem contribuir muito com o setor produtivo do estado do Pará. O uso de satélites para o monitoramento de atividades industriais e agrícolas não apenas melhora a eficiência operacional, mas também contribui para a sustentabilidade, o que é um tema prioritário com a proximidade da COP 30, que será realizada em Belém no próximo ano”, pontuou.
Tecnologia a serviço da sustentabilidade
Paulo Ivan, diretor da Aliança China Brasil para a Indústria Sustentável na Amazônia (ACBISA) esteve presente na reunião e destacou que o encontro representa uma grande parceria tecnológica, que irá impulsionar o desenvolvimento sustentável, a tecnologia e o emprego e renda na Amazônia.
“A ideia é que a gente assine, até o dia 30 de dezembro, um termo de cooperação técnica entre ACBISA e a FIEPA, para que haja um desenvolvimento potencial nas indústrias da Amazônia. Os chineses são investidores autorizados pelo governo chinês para realizar essa parceria e promover o desenvolvimento, uma melhor produtividade dos insumos e fazer uma verticalização da produção que promova sempre a sustentabilidade na Amazônia”, explicou o diretor da ACBISA.
Ivan também ressaltou que a tecnologia chinesa será primordial para combater práticas ilegais dentro do território paraense.
“Os satélites serão uma grande virada de chave, porque temos problemas estruturais aqui, temos o problema da cadeia de custódia do ouro, que impacta de uma forma muito grande com os garimpos ilegais, toda essa tecnologia chinesa vai servir pra que a gente possa melhorar os sistema de governo, das polícias, e fazer um mapeamento da cadeia de custódia de ouro, e isso vai ter um impacto positivo na redução dos garimpos legais”, afirmou Paulo.
O presidente da Companhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH), Josenir Gonçalves, acrescenta que a tecnologia da China também poderá ser utilizada para a recuperação de rios do Pará que sofreram danos ambientais.
“Hoje um dos grandes problemas que a gente enfrenta é a questão do assoreamento dos rios, e isso tem impactado violentamente o nosso estado, que é altamente dependente dessa malha viária de rios. Literalmente ‘esse rio é minha rua’, e o Pará depende muito dos rios. E para isso nós precisamos melhorar a qualidade das nossas águas e um dos grandes elementos para a saída, é a restabilidade, se a gente conseguir fazer o monitoramento, fazer com que a tecnologia chinesa, dentro desses acordos bilaterais que foram assinados, entre o presidente Xi Jinping, e o presidente Lula, a gente consiga avançar em tecnologia para melhorar isso. O governo Helder é um grande defensor da questão ambiental no país e no mundo e vem trabalhando nisso também”, declarou.
Segundo Josenir, novos acordos entre o Pará e outras potências devem acontecer, principalmente no período da COP 30, que vai alavancar ainda mais parcerias importantes para a evolução do estado.
“Belém tá fervilhando, né? Hoje se quiser vir pra Belém tem dificuldade até de voo, de tantos eventos e reuniões que estão acontecendo aqui. Tanto o G20, como a COP 30, tem movimentado bastante Belém, a cidade é um canteiro de obras e é evidente que a COP 30 vai fazer a revolução e transformação que o Pará precisa”, concluiu o presidente da CPH.