Dia da Mulher Negra: data celebra a luta e resistência feminina preta no mundo

Celebrado em 25 de julho, o dia destaca a importância da luta das mulheres negras na história da sociedade

Gabriel Bentes
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Celebra-se em 25 de julho o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, é também comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em homenagem à brasileira Tereza de Benguela, símbolo de resistência no país durante o século XVIII.

Para muito além de um mero dia no calendário, está é uma data para reflexão e movimentação política, que se baseia em décadas de luta e resistência de mulheres negras.

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Origem da data

A data surgiu, inicialmente, em 1992, quando ocorreu uma reunião de mulheres negras de mais de 70 países na República Dominicana. Esse encontro ocorreu no momento em que uma ampla articulação feminista que se preparava para participar das conferências do Cairo, em 1994, sobre populações em desenvolvimento, e a de Pequim, em 1995, que debateria sobre os direitos das mulheres

Depois dessa ocasião, o dia 25 de julho foi oficialmente instituído como Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Após o encontro, foi criada a Rede de Mulheres Negras da região e da diáspora, com a participação de mulheres de outros locais que também reivindicaram seu lugar.

Quem foi a brasileira Tereza de Benguela

Em 2014, no Brasil, a então presidente Dilma Rousseff reconheceu a importância da data e sancionou a Lei 12.987/2014 que instituia o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra para o dia 25 de julho. 

Tereza de Benguela foi uma mulher negra, símbolo de resistência, que viveu no século XVIII na região do Vale do Guaporé, em Mato Grosso. Originária de uma dinastia africana, ela foi escravizada no Brasil, mas conseguiu fugir com seu companheiro, chamado José Piolho. Após sua morte, Tereza se tornou líder do Quilombo Quariterê, que servia de abrigo para mais de cem pessoas.

image Tereza de Benguela (Foto/Reprodução)

Uma das muitas mulheres negras invisibilizadas pela história oficial, Tereza vem ganhando mais notoriedade sobre sua trajetória. Sua história, no entanto, é pouco conhecida, e muito do que se sabe sobre ela parte da oralidade que mulheres mais velhas que guardaram lembranças sobre Benguela e transmitiram informações sobre ela. Como líder, Tereza cuidava dos doentes e oferecia abrigo a negros escravizados, indígenas e brancos fugitivos. Ela organizou um sistema parlamentar e resistiu por cerca de 37 anos.

Conhecida como Rainha Tereza, ela é uma referência importante para as mulheres de Vila Bela, onde existe o grupo intergeracional Coletivo Herdeiras do Quariterê. Duas décadas antes da instituição da data em sua homenagem, Tereza ganhou destaque no carnaval carioca de 1994, como tema do desfile da escola de samba Unidos do Viradouro, com o enredo "Tereza de Benguela, uma rainha negra no pantanal". Em 2020, também foi homenageada no enredo da Barroca Zona Sul, no carnaval de São Paulo.

(*Gabriel Bentes, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web de Oliberal.com)

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