Serviço do Google está sendo usado para que pessoas vejam parentes já falecidos

O Google Street View registra imagens de ruas por diversas cidades do mundo; ao pesquisar suas próprias casas, muitos encontram registros espontâneos de parentes e amigos já falecidos

Gabriel Mansur

Por muitas vezes, percorremos as ruas de cidades pelo Google Street View com curiosidade, para ver pontos turísticos ao redor do mundo, observar a a vizinhança no serviço do Google e também para conferir informações de locais para onde vão. Mas o recurso também ganhou uma utilidade diferente: permite que pessoas vejam parentes já falecidos. As informações são do Estadão.

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O Google Street View é um recurso do Google Maps e do Google Earth que disponibiliza vistas panorâmicas de 360º em diversos locais do mundo. O serviço tem 15 anos de existência e abriga diversas fotos que permitem a visualização de locais a nível do solo. É bastante utilizado para programar viagens e orientar trajetos. 

Entretanto, o serviço acabou se tornando um memorial involuntário. Procurar pessoas no serviço do Google é comum, seja para se divertir com os registros ou para conferir se foi capturado pelas lentes da Big Tech. Com o passar do tempo, pessoas começaram a perceber que pessoas queridas que já partiram ainda estavam registradas na ferramenta.

Publicação inspirou outras pessoas a realizarem a busca

Recentemente, um internauta compartilhou nas suas redes sociais um registro da própria mãe, já falecida, feito pelo Google Street View. A publicação saudosa teve milhares de curtidas e compartilhamentos, e serviu para que outras pessoas também se inspirassem a buscar as imagens no site.

Cecilia Sobral, de 20 anos, moradora de Lagoa da Prata (MG) é uma dessas pessoas. Em entrevista para o Estadão, a moça conta que não é exatamente a foto do avô que tem registro no site, mas de um hábito comum do senhor já falecido:

“(Encontrei) não exatamente o meu avô, mas onde ele ficava sentado na porta de casa. Dá pra ver a água escorrendo no canto da casa, onde ele ia tomar banho de mangueira à tarde. A gente se lembra como era no dia a dia. É muito mais forte”, diz a mulher.

Outras formas de captar imagens e novas funções foram introduzidas pela empresa. Um dos recursos facilitou a procura de parentes, amigos e pessoas queridas no site. Em um menu abaixo da imagem mais recente capturada pelo serviço, o banco de imagens anteriormente registradas está disponível para acesso, permitindo a busca de registros ao longo do tempo.

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Natan Moraes, 20 anos, conseguiu visualizar uma imagem do avô caminhando por uma rua de Parnaíba (PI) por conta do recurso. “Em dezembro de 2020, eu estava vendo umas fotos antigas minhas e da minha família, então me deu uma saudade da casa que morávamos, tenho muitas memórias afetivas nesse lugar. Meu avô fazia sempre o mesmo percurso (perto de casa). Sempre quando estou com saudades, eu dou uma olhada lá”, contou Natan para o jornal.

image Avô de Natan caminhando pela rua (Reprodução / Google Street View)

As buscas são feitas por pessoas do Brasil inteiro. Yasmin Ribeiro, de 19 anos, que aparece na imagem de capa da matéria, perdeu a mãe em março deste ano, mas uma imagem dela ainda está capturada na ferramenta do Google. “Dona Jakeline” aparece em frente ao portão da escola onde trabalhava.

“Ainda é uma ferida muito aberta. Fiquei feliz de ver ela ali registrada. Fiquei emocionada até em passar pelas imagens antigas e ver que o carro dela estava sempre parado ali na porta”, disse a moça de 19 anos.

Espontaneidade tem efeitos diferentes 

A funcionalidade do serviço de mapas tem um diferencial que é a espontaneidade. Julie Swets, especialista em nostalgia pela Universidade Cristã do Texas afirmou para o Estadão que lembranças de cenas cotidianas podem ser importantes para quem está na fase do luto. Uma foto posada e uma foto espontânea tem diferentes reações nas pessoas. 

Pesquisas mostram que pode haver alguma diferença em nossas reações a sentimentos nostálgicos, dependendo se procuramos intencionalmente a nostalgia ou algo em nosso ambiente desencadeia a emoção contra nossa vontade”, explicou a especialista. 

(Estagiário Gabriel Mansur, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)

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