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O que acontece com o corpo humano após viver no espaço? Entenda

A longa permanência no espaço levanta questionamentos sobre os impactos no corpo humano em um ambiente de microgravidade

Luciana Carvalho

Após mais de nove meses a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), os astronautas Butch Wilmore, 62 anos, e Suni Williams, 59 anos, finalmente iniciaram sua viagem de retorno à Terra nesta terça-feira (18). Eles partiram em junho de 2024 no primeiro voo tripulado da nave Starliner, da Boeing, em uma missão que deveria durar apenas oito dias. No entanto, problemas de propulsão na espaçonave impediram o retorno no prazo previsto.

A longa permanência no espaço levanta questionamentos sobre os impactos no corpo humano em um ambiente de microgravidade. Mesmo com equipamentos de proteção, como os trajes espaciais, os astronautas enfrentam desafios fisiológicos significativos. Segundo a Agência Espacial Brasileira, a ausência de gravidade pode causar efeitos indesejáveis, como perda de massa muscular e óssea, alterações no sistema circulatório e até mudanças genéticas.

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O que acontece com o corpo humano no espaço?

Os efeitos da microgravidade no organismo foram amplamente estudados pela Nasa. Entre 2015 e 2016, os astronautas e irmãos gêmeos Scott e Mark Kelly participaram de um experimento para analisar as consequências da vida no espaço. Enquanto Scott passou 340 dias a bordo da ISS, Mark permaneceu na Terra para comparação.

"Algumas consequências transitórias da vida em ambiente de microgravidade — perda de massa muscular e óssea, aumento na estatura e alterações no sistema circulatório — já eram conhecidas de testes com astronautas que ficaram mais tempo no espaço. Mas ainda não se havia dimensionado esses e outros efeitos desse ambiente em pessoas com as mesmas características genéticas", explicou a Agência Fapesp.

Entre as descobertas do estudo, foi observado que 7% dos genes de Scott ainda não haviam retornado aos níveis normais seis meses após sua volta à Terra. Houve também alterações na ativação de genes ligados ao sistema imunológico, ao reparo do DNA e à formação óssea.

Por outro lado, a resposta do organismo às vacinas demonstrou que o sistema imunológico pode funcionar adequadamente em missões espaciais prolongadas. "Esta é uma descoberta significativa porque permite que a Nasa tenha maior confiança de que o sistema imunológico responde apropriadamente no espaço, caso uma vacina seja necessária, durante missões de longa duração", destacou a agência espacial norte-americana.

O que acontece se ficar no espaço sem proteção?

Sem os trajes espaciais e outros sistemas de suporte à vida, um ser humano não sobreviveria mais do que alguns minutos no espaço. A falta de pressão ambiental faria com que o ar nos pulmões se expandisse, causando danos fatais aos tecidos internos.

Além disso, a Agência Espacial Brasileira alerta que a descompressão pode levar ao embolismo, uma condição perigosa em que bolhas de vapor de água se formam nos tecidos do corpo devido à baixa pressão. Embora essas bolhas não sejam grandes o suficiente para rasgar a pele, elas podem causar danos graves aos vasos sanguíneos e órgãos internos.

A pesquisa sobre os impactos da microgravidade é essencial para o futuro da exploração espacial, especialmente em missões de longa duração para Marte e além. Graças aos rigorosos protocolos de treinamento, rotina de exercícios e programas de reabilitação, os astronautas conseguem retornar à Terra e se recuperar dos desafios impostos pelo ambiente espacial.

Agora, após meses de incerteza e desafios, Wilmore e Williams estão a caminho de casa, trazendo consigo novas informações sobre os limites do corpo humano e o futuro da exploração do espaço.

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