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Conheça a metanfetamina, conhecida como a 'droga do sexo'

Droga sintética, amplamente fornecida para garotas de programas, tem alto poder destrutivo no corpo e pode causar dependência química

Gabriel Bentes

No último domingo (26), o programa Fantástico exibiu uma reportagem exclusiva que revela como uma quadrilha internacional comandada por chineses instalou um setor de produção de metanfetamina em São Paulo para a venda da droga sintética. Conhecida como "droga do sexo", a metanfetamina é uma substância com alto poder destrutivo para o organismo humano.

Segundo a reportagem exibida pela TV Globo, a quadrilha em questão trabalhava em cima de uma fórmula desenhada à mão, escrita em chinês, incluindo especificações de quantidades e ingredientes. Os criminosos também usavam desenhos simples para detalhar o processo químico. De acordo com a investigação, os produtores tiveram que pedir solicitação ao crime organizado para comercializar a droga.

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Graves efeitos da droga no corpo

Ao Fantástico, José Luiz da Costa, coordenador do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp, alertou para os efeitos da metanfetamina no corpo das pessoas. Segundo o profissional, a droga sintética pode causar dependência química.

"Ela é um estimulante do sistema nervoso central. Uma consequência disso é que aumenta muito a chance de um infarto, por exemplo, nos usuários. Também aumenta a chance de um acidente vascular cerebral e pode haver problemas psíquicos, de dependência, sim", destaca o coordenador.

Químico formulador da droga foi preso

Conforme a polícia, o engenheiro químico mexicano Guillermo Fabian Martinez Ortiz repassou seus conhecimentos principalmente para grupos de chineses, nigerianos e brasileiros que vivem em São Paulo. Guillermo apresentou à Justiça um contrato de trabalho que assinou anos atrás com uma das maiores empresas de exploração de petróleo do mundo. Segundo a polícia, ele se mudou para São Paulo e usou a experiência para produzir metanfetamina.

Segundo o delegado Fernando José Goes Santiago, do Denarc/SP, "justamente por conta da atuação de Guillermo Fabian, a metanfetamina teve uma queda drástica no valor de mercado, uma vez que o entorpecente passou a ser fabricado perto de seu local de destinação".

Droga do sexo

Ainda segundo o delegado, a "droga do sexo" foi batizada assim pelo fato de ser fornecida a garotas de programa. "O cliente demanda essa droga para o profissional do sexo, que por sua vez busca o entorpecente com estrangeiros, como chineses e nigerianos", explica o delegado.

Investigação

A investigação da polícia começou há seis meses, após um homem de nacionalidade chinesa denunciar que foi atraído para o Brasil com a promessa de um emprego em uma confecção de São Paulo. Ao chegar, descobriu que a oportunidade era, na verdade, uma farsa, e que ele teria que trabalhar em um apartamento onde funcionava um laboratório de metanfetamina. O imóvel era alugado por três chineses e, segundo a polícia, mais de 2 mil pessoas passaram pelo local em apenas três meses.

De acordo com a polícia, o empresário chinês Marcos Zheng, uma figura influente na comunidade chinesa de São Paulo, era um dos líderes da quadrilha internacional que se instalou em São Paulo. Outro criminoso preso, Pikang Dong, de 71 anos, conhecido como "Rodízio", era responsável principalmente pela compra e venda da droga.

Nas investigações, descobriu-se que eles chamavam a metanfetamina de "pin", e as transações incluíam até pagamentos via Pix, que a quadrilha apelidou de "pici".

"Tem pin. É 500 grama. Quanto dinheiro? Não pode pici. Tudo dinheiro", diz Rodízio em um áudio.

 

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