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Três exposições estão abertas na Casa Namata

Petchó Silveira, Kaio Sauma e Bob Menezes mostram as suas obras

Bruna Dias

O público tem a oportunidade de encontrar três exposições em um só lugar. A Casa Namata, complexo de espaço de paisagismo, loja colaborativa, exposições e café, abre o local para receber o trabalho de três artistas paraenses.

Em destaque temas atuais e necessários, as exposições mostram o pouco da imersão de cada artista com questionamentos pessoais.

Petchó Silveira aborda inserção do negro, com “Ocupação”. “O importante de artistas exporem em espaços além de galerias e museus, como a Casa Namata, é que no passado esses espaços institucionais foi negados a artistas da periferia como eu. E eu acho essa mudança uma conquista, porque o meu trabalho é político e com esses espaços nosso trabalho ganha maior alcance”, avaliou.

Ele apresenta algumas obras inéditas que lhe trazem as memórias e histórias de sua existência. Petchó Silveira leva para as telas personagens, mensagens e memórias de tudo aquilo que o cerca, que experimenta, que vê e que sente, transformando tais emoções e sensações na voz que permeia seus trabalhos. “O diferencial dessa exposição, ‘Ocupação’, é que uso o suporte de papelão para as pinturas nessa série ‘Cidadão de papel’. Nele o papelão é usado para remeter a questão econômica, muitas vezes sendo a cama e o lençol do morador de rua como um movimento para colocar o dedo na ferida nessas questões sociais que muitas vezes passam despercebidas”, antecipou.

O fotógrafo Kaio Sauma vai mostrar na Casa Namata a ancestralidade de povos amazônidas da América Latina. A exposição “Cosmovisão; forças da natureza” é uma reflexão das experiências do artista com povos originários. Entre telas, cocar, fotos e objetos, a exposição compõem um universo de vernissage com experiência imersiva com sons ancestrais, música experimental e defumação na Casa.

Utilizando o pensador Krenak Ailton, o artista revela um dos pontos de partida de seu trabalho: “São os lugares sagrados da terra; os rios as montanhas; nesses lugares a terra repõe as suas energias  para continuar a sua jornada. Nós precisamos zelar por esses lugares; cuidar desses lugares como cuidamos da nossa própria vida; e assegurar que as vozes que estão trazendo essa palavra". 

Já o veterano fotógrafo Bob Menezes apresenta o universo alternativo do Círio com a exposição “Seres do Auto”. “É importante que nossas obras estejam em espaços como a Casa Namata, é sempre muito importante se estabelecer contato com arte, uns dos principais alimentos da alma. E é muito bom que os nem saíram pra buscar, se encontrem com essa possibilidade, né! O diferencial dessa exposição é que... acho que a grande diferença é não ser impositiva. A pessoa vai por outros vários motivos e se envolvem na alma de outras almas”, disse Bob Menezes.

A exposição do fotógrafo gera reflexão a trazer ao primeiro plano personagens, muitas vezes, invisibilizadas na maior procissão mundo. Os personagens são os participantes do Auto do Círio, programa de extensão da Escola de Teatro e Dança da Ufpa que encena nas ruas do centro de Belém um espetáculo em que os artistas paraenses mostram sua devoção a virgem de Nazaré por meio da arte.

Ana Carla Feitosa, diretora da Casa Namata, sabe da importância de democratizar arte e inseri-las nesses espaços de consumo que estão mais próximos das pessoas. “É importante que a arte esteja nos museus, mas tornar os espaços de consumo e no nosso caso de slow living que fazem parte do nosso dia-dia é uma maneira de garantir a existência da nossa arte e dos nossos artistas”, finaliza.

 Agende-se

Visitação: de segunda-feira a sábado, de 10h às 23h; domingos e feriados, de 08h às 23h

Local: Casa Namata -  Av. Conselheiro Furtado, 287.

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